Sustentabilidade:
Modelo de sistema que tem condições para se manter ou conservar - Dicionário
Priberam da Língua Portuguesa
Quando
falamos em sustentabilidade, pensamos logo em: "não imprima, preserve as árvores".
Estou errada?
Na prática, a
sustentabilidade está definida como a capacidade que o indivíduo ou um grupo de
pessoas tem em se manter dentro de um ambiente sem causar impactos a esse
ambiente.
Mas, apesar
da sustentabilidade estar associada diretamente ao meio ambiente e a tudo que o
envolve, não está limitada somente a esta área.
A
sustentabilidade também está relacionada a outros setores da sociedade como a
economia, a educação, a cultura e está diretamente ligada ao desenvolvimento de
vários setores da sociedade, sem que agridam o meio ambiente.
É através da
sustentabilidade que os recursos naturais são utilizados de forma inteligente e
são preservados para as gerações futuras.
Sustentabilidade
é isto: é saber suprir as necessidades presentes sem interferir nas gerações
futuras.
Certo?
Mas, como ela
é vista e praticada hoje?
Meio que uma
"modinha", a sustentabilidade é representada e lembrada em várias
empresas no momento da impressão de um documento, por exemplo. Em algumas
empresas, acima da impressora tem um aviso fixado lembrando que só se deve
imprimir algum documento, se houver mesmo a necessidade.
Mas longe de
se importar com a preservação das árvores; a preocupação aqui é com o custo que
a empresa terá com a impressão de muitos documentos diariamente.
Não existe de
verdade uma preocupação com a natureza. Virou "modinha", lembra?
Não acredita?
Então basta
caminhar por alguns lugares (e nem tão longe assim), para se certificarem do
que falo.
No último fim
de semana, fui passear no litoral sul de São Paulo. Um lugar próximo a
Mongaguá, em uma praia muito calma, pouco visitada e muito tranquila de
verdade.
Porém, nos
dois dias em que fiquei por lá (na casa de uns amigos), notei que não éramos
mais do que meia dúzia de "gatos pingados" naquela praia.
Apesar de não
ter muito movimento, pude notar que a areia da praia estava imunda (papeis,
latas, resto de frutas, casca de coco...).
Uma vergonha.
Fico me
perguntando: "Como uma pessoa que não preserva o meio ambiente e que não
se preocupa com o lixo que deixa em um local que não é dela (e sim de todos
nós), pode em sua empresa pregar pela não impressão de documentos em prol da
natureza"?
Como?
Como esta
pessoa que joga lixo nas marginais, que descarta suas latinhas de
refrigerantes, embalagens de chocolates e balas, pode chegar na sua empresa e
"brigar" pela sustentabilidade?
Ela sabe
mesmo o que é sustentabilidade?
Será que o
conceito esta invertido ou não entendido?
Será que só o
que sai efetivamente do bolso deles é que deve ser preservado?
Quais
cuidados estas pessoas tem com o mundo que não é somente delas?
No meu carro
tem mais de um saquinho para lixo, e não acho isto nenhum exemplo. Acho acima
de tudo obrigação.
Se não tenho
onde descartar o meu lixo, papeis de bala, de chocolates, ou de qualquer outra
coisa que eu tenha consumido na rua, eles vão para a minha bolsa ou bolso, até
que eu encontre uma lata de lixo.
Simples.
Nada além de
obrigação - que todos nós temos.
Ah! Eu
imprimo quando necessário e não sofro por isto, ok?
Penso que não
adianta acumular dinheiro, bens, ou qualquer outra coisa, se não tivermos onde
gastar ou como aproveitar.
Nossas
praias, nossas ruas, nossas matas e cachoeiras estão cada dia mais poluídas e
descuidadas - e não coloquem a culpa no governo.
A culpa é de
todos nós, que usamos e não nos preocupamos com o que iremos deixar para os
próximos.
Preciso
lembrar que estes próximos são filhos e netos?
Caso não
tenha, seja "egoísta" e pense
apenas em você e no tempo que ainda passará por aqui.
Como deseja
viver?
O que quer
ver?
A nossa
preocupação hoje é imediata e de curto prazo; jamais de médio e muito menos de
longo.
Moro em uma
rua de bairro, onde as pessoas preferem não ter árvores porque árvores sujam as
calçadas.
Acreditam?
Há pouco
tempo, um caminhão da prefeitura veio podar uma árvore e remover duas. Achei
que as árvores estivessem comprometidas e por isto seriam removidas, já que
muitas em São Paulo estão tomadas por cupins. Mas para a minha tristeza (e
apenas tristeza, já que não pude fazer nada), a árvore seria retirada por conta
da "sujeira" das folhas perto dos bueiros.
Que sujeira?
Folhas?
E o ar?
Este pode
ficar poluído?
Podemos
respirar qualquer coisa desde que a calçada esteja limpa, é sério isto?
Só vejo
vantagens nas árvores, sem falar da beleza de se ter nas ruas; é confortante e
saudável.
Não querem
gatos porque dão trabalho, mas preferem a rua cheia de ratos.
E ainda tem
coragem de falar de sustentabilidade?
De pregar
pela não impressão do papel (este é apenas o exemplo mais comum, não o único)?
Volto a
dizer, que aqui como em vários outros momentos, invertemos os papéis e
conceitos ou apenas não entendemos.
Se for este
último, ok, vamos aprender.
Se não
aprendermos ou a preocupação for "zero", que tenhamos apenas educação
e preservemos o que pertence a todos.
O mundo não é
só seu; é meu também e minha parte eu quero limpa, cheirosa e verde.
Muito verde.
Abraços,
Sandra
Bhering Milate
Revisão de
Texto: Volframio Almeida
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