O TOC, é um
transtorno mental caracterizado pela presença de obsessões, compulsões ou
ambas. As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens indesejáveis e
involuntários, que invadem a consciência causando acentuada ansiedade ou
desconforto e obrigando o indivíduo a executar rituais ou compulsões que são
atos físicos ou mentais realizados em resposta às obsessões, com a intenção de
afastar ameaças (contaminação, a casa incendiar), prevenir possíveis falhas ou
simplesmente aliviar um desconforto físico. No TOC os indivíduos procuram ainda
evitar o contado com determinados lugares (por exemplo, banheiros públicos,
hospitais, cemitérios), objetos que outras pessoas tocam (dinheiro, telefone
público, maçanetas) ou até mesmo pessoas (mendigos, pessoas com algum ferimento)
como forma de obter alívio dos seus medos e preocupações. São as evitações.
Fonte de
pesquisa http://www.ufrgs.br
O TOC pode
ser confundido com manias, e acredito que realmente sejam, entretanto, em um
grau avançado.
Mania de
verificar a porta duas vezes, verificar se o registro do gás está fechado, se
desligou a luz quando saiu de casa, e vários outros exemplos.
Quando esta
mania não nos impede de realizar outras atividades, tudo bem. Serão apenas
manias e leves preocupações.
Mas quando
os mesmos motivos incapacitam o indivíduo de realizar outras atividades, aí
estamos falando de Transtorno obsessivo-compulsivo.
Eu tenho
vários, como por exemplo: fazer o sinal da cruz ao passar por uma igreja (ida e
volta e por três vezes); se uma faca cair no chão eu a cruzo no chão fazendo o
sinal da cruz por 3 vezes (para evitar brigas)...
É bem
verdade que nunca deixei de fazer para ver se realmente haveria uma briga após
a faca cair, mas como ninguém quer brigar, não custa nada fazer. :)
Neste meu
caso é TOC, pois me incomodo profundamente com a faca caída no chão e não
consigo fazer mais nada até cruzá-la. Se alguém derrubá-la perto de mim eu já
peço para a pessoa fazer o mesmo ritual (coisa de louco) - compulsão.
Certa vez em
um restaurante, o garçom deixou uma faca cair quando tentou colocá-la no
aparador perto da nossa mesa.
Meu filho me
olhou e balançou a cabeça de forma negativa (a súplica era: “Mãe não faça
isto”), e para meu espanto e quase terror, o garçom pegou a faca e a colocou
novamente no aparador.
Não tive
dúvidas: peguei a faca, cruzei no chão três vezes, e aí sim, devolvi ao
aparador.
O garçom não
entendeu nada, o meu filho riu, e eu me senti em paz.
Obsessão
(pensamento contínuo) mais a compulsão (ritual, ato de realização; “preciso
fazer e pronto”) , resulta-se ao TOC.
E se eu não
tivesse feito aquilo?
Aconteceria
uma grande briga no restaurante?
Não sei
dizer, mas pelo sim e pelo não, melhor cruzar a faca.
No meu caso,
é super simples de resolver, mas há casos em que a pessoa precisar refazer o
seu caminho por 3 vezes antes de chegar em casa por exemplo, e neste caso, se
torna incapacitante o TOC e passível de tratamento.
A obsessão e
a compulsão estão claras?
Tenho
obsessão por um ato ou pensamento e a compulsão (ritual) para “ aliviá-lo”, mas
e a evitação?
Sim, existe
a evitação, e o termo está correto apesar de parecer estranho e errado.
É quando o
indivíduo evita algumas situações ou lugares por achar que ali se dará mal em
algum sentido.
Há quem não
entre em hospitais por acreditar que ficará doente com a contaminação do
ambiente.
Há quem não
entre em cemitérios por achar que morrerá em breve.
Há quem não
pegue em maçanetas por achar que será contaminado por alguma bactéria, e por ai
vai.
Uma das
características intrigantes do TOC, é a diversidade de suas manifestações
(medos de contaminação/lavagens, dúvidas/checagens, ordem/simetria, obsessões
de conteúdo inaceitável, compulsão por armazenagem ou colecionismo).
É muito comum que uma pessoa tenha mais de um
tipo de TOC, e que ao longo da vida um seja substituído por outro, ou seja;
quando se adquire um, deixa de ter um outro.
Lembro que
em um treinamento feito para líderes em uma empresa, falávamos sobre TOC e cada
um deles contou sobre os seus. Entre eles tinha um líder que disse: “Pronto!
Agora terei este TOC também. ”, apenas por ouvir sobre o TOC de uma outra
pessoa.
Isto me levou a pensar se é de fato assim; se
acabo me “contaminando” com o TOC do outro.
Fiz algumas
pesquisas sobre isto e descobri que sim; acabo trocando um pelo outro, quando
passo a ter conhecimento da existência.
Isto quer
dizer então que uma pessoa pode deixar de ter ou adquirir TOC´s ao longo da
vida.
Existe
tratamento para isto, mas que só deve ser levado em conta quando o ato
incapacita a vida do indivíduo, pois muitos passaram pela vida sem se darem
conta que são portadores do TOC, e suas vidas fluirão sem maiores problemas.
Porém, para
outros o auxílio de um profissional de psicologia e alguns remédios irão
suavizar e às vezes, até curar estes transtornos.
O mais
importante é reconhecer se os temos, e se eles nos incomodam e bloqueiam nossas
vidas.
Se não
bloqueiam e não incomodam, seja feliz. Verificando a porta mais de uma vez,
cruzando a faca no chão por medo de brigas, benzendo-se sempre que passar em
frente a uma igreja, lavando as mãos o tempo todo... não importa. Apenas seja
feliz.
Ao sinal de
qualquer limitação, procure ajuda.
Abraços,
Sandra
Bhering Milate
Revisão de
texto: Volfrâmio Almeida