Falar de São Paulo não é pouca coisa não, a
terceira maior cidade do mundo, e nem estou falando ainda do estado de São
Paulo e sim da capital.
Você já parou
para pensar na diversidade, na quantidade de pessoas que vivem ou apenas
transitam por aqui?
Pensou ainda
que cada um que chega, traz consigo um estilo, uma cultura, uma forma de fazer
algo que é diferente do que estamos habituados?
E ainda, que
aceitamos sem nenhum ou quase nenhum preconceito.
Ok! Eu sei, e nós sabemos que a intolerância ainda é um
grande problema, social e cultural.
Hoje ainda
discutimos sobre orientação sexual, cor de pele, credos e condições
financeiras, ainda falamos sobre isto, como se houvesse de fato alguma
importância, como se estas diferenças não fizessem de nós o que somos.
Tantos outros
assuntos deveriam ser discutidos, como a inclusão de pessoas, a
sustentabilidade, a reciclagem, o verde, a liberdade de expressão que é apregoada,
mas não praticada.
São Paulo é uma cidade rica em cultura, temos aqui
um pouco de tudo e tudo de tudo, comidas, estilos, musicas, pessoas, nunca vi
tanta mistura em um só lugar, e vem chegando mais gente para contribuir com
esta diversidade de tudo.
Fiquei sabendo
hoje através de uma pessoa que está se tornando muito querida, que o samba
rock, aquele ritmo tão gostoso e que embalou tantas e tantas noites na minha adolescência,
surgiu através de coletas de lixo, que os pobres faziam nos lixos do mais ricos
e encontravam discos internacionais e inventaram uma dança para este achado.
E vamos
combinar, quem nunca aqui dançou samba rock?
Se não dançou
não sabe o que está perdendo.
O rock, um
outro tipo de música que embalava as minhas noites, e era tocado no mesmo lugar
que o samba rock às vezes.
E sabíamos
conviver com isto sem precisarmos dizer qual era o nosso estilo, o meu sempre foi o estilo da alegria,
do prazer, da vontade de viver, onde eu puder rir é para lá que eu vou.
Depois houve
uma necessidade de se assumir uma “ tribo” um grupo, pessoas com estilos e
gostos afins, como os punks, hippies e tantos outros.
Ainda hoje
existe, mas estes estão mais abertos para conhecer a cultura e o que o outro
grupo tem a dizer.
Temos ainda os
radicais?
Sim!
E eles vão
continuar a existir, até para que possamos comparar sem julgar, o que de fato
queremos para nossas vidas.
Uma coisa que
ainda me incomoda muito, são as torcidas de futebol, a intolerância que
rege uma paixão.
Ta bom, ta bom,
ainda não podemos sair com a nossa camiseta do time para o qual torcemos porque
corremos o risco de sermos linchados na rua, mas isto tende a acabar.
Quem aqui nunca
comeu uma feijoada?
No início
apenas os escravos comiam e era feita com os restos do porco que o senhor não
comia, hoje todos, ou quase todos se renderam a feijoada e é difícil achar alguém
que não goste.
Mas feijoada e futebol qual a relação?
Toda, se fomos
capazes de experimentar uma comida de “ pobre” feita a partir de restos de um
porco, seremos capazes de aceitar sem muitos problemas o time do outro, ou não?
Meu filho é
faixa preta em Jiu Jitsu, e uma vez em um campeonato ele perdeu e ficou feliz
pelo outro que ganhou e ainda me disse:
Mãe quem não sabe perder, não merece ganhar.
É isto!
Aceitação, a
consciência que tem espaço e lugar para todos nós.
Mas...
A intolerância ainda rege uma boa parte da nossa
população.
Você já foi a
Avenida Paulista?
Não?
Então vá,
permita-se conhecer a nossa gente, a nossa cara a cara de São Paulo, descubra
em um único espaço varias e diferentes pessoas e culturas, estilos e formas de
viver, ainda que não goste de uma ou
outra coisa, não tem problema, não somos obrigados a gostar de nada, mas somos
obrigados a respeitar tudo.
Respeito
é base de tudo, principalmente sobre aquilo que ainda não conhecemos.
Abraços!
Sandra Bhering
Milate