segunda-feira, 9 de setembro de 2019

São Paulo e suas Diversidades


Falar de São Paulo não é pouca coisa não, a terceira maior cidade do mundo, e nem estou falando ainda do estado de São Paulo e sim da capital.

Você já parou para pensar na diversidade, na quantidade de pessoas que vivem ou apenas transitam por aqui?

Pensou ainda que cada um que chega, traz consigo um estilo, uma cultura, uma forma de fazer algo que é diferente do que estamos habituados?

E ainda, que aceitamos sem nenhum ou quase nenhum preconceito.

Ok! Eu sei, e nós sabemos que a intolerância ainda é um grande problema, social e cultural.

Hoje ainda discutimos sobre orientação sexual, cor de pele, credos e condições financeiras, ainda falamos sobre isto, como se houvesse de fato alguma importância, como se estas diferenças não fizessem de nós o que somos.

Tantos outros assuntos deveriam ser discutidos, como a inclusão de pessoas, a sustentabilidade, a reciclagem, o verde, a liberdade de expressão que é apregoada, mas não praticada.

São Paulo é uma cidade rica em cultura, temos aqui um pouco de tudo e tudo de tudo, comidas, estilos, musicas, pessoas, nunca vi tanta mistura em um só lugar, e vem chegando mais gente para contribuir com esta diversidade de tudo.

Fiquei sabendo hoje através de uma pessoa que está se tornando muito querida, que o samba rock, aquele ritmo tão gostoso e que embalou tantas e tantas noites na minha adolescência, surgiu através de coletas de lixo, que os pobres faziam nos lixos do mais ricos e encontravam discos internacionais e inventaram uma dança para este achado.

E vamos combinar, quem nunca aqui dançou samba rock?

Se não dançou não sabe o que está perdendo.

O rock, um outro tipo de música que embalava as minhas noites, e era tocado no mesmo lugar que o samba rock às vezes.

E sabíamos conviver com isto sem precisarmos dizer qual era o nosso estilo, o meu sempre foi o estilo da alegria, do prazer, da vontade de viver, onde eu puder rir é para lá que eu vou.

Depois houve uma necessidade de se assumir uma “ tribo” um grupo, pessoas com estilos e gostos afins, como os punks, hippies e tantos outros.

Ainda hoje existe, mas estes estão mais abertos para conhecer a cultura e o que o outro grupo tem a dizer.

Temos ainda os radicais?

Sim!

E eles vão continuar a existir, até para que possamos comparar sem julgar, o que de fato queremos para nossas vidas.

Uma coisa que ainda me incomoda muito, são as torcidas de futebol, a intolerância que rege uma paixão.

Ta bom, ta bom, ainda não podemos sair com a nossa camiseta do time para o qual torcemos porque corremos o risco de sermos linchados na rua, mas isto tende a acabar.

Quem aqui nunca comeu uma feijoada?

No início apenas os escravos comiam e era feita com os restos do porco que o senhor não comia, hoje todos, ou quase todos se renderam a feijoada e é difícil achar alguém que não goste.

Mas feijoada e futebol qual a relação?

Toda, se fomos capazes de experimentar uma comida de “ pobre” feita a partir de restos de um porco, seremos capazes de aceitar sem muitos problemas o time do outro, ou não?

Meu filho é faixa preta em Jiu Jitsu, e uma vez em um campeonato ele perdeu e ficou feliz pelo outro que ganhou e ainda me disse: Mãe quem não sabe perder, não merece ganhar.

É isto!
Aceitação, a consciência que tem espaço e lugar para todos nós.
Mas...

A intolerância ainda rege uma boa parte da nossa população.

Você já foi a Avenida Paulista?
Não?

Então vá, permita-se conhecer a nossa gente, a nossa cara a cara de São Paulo, descubra em um único espaço varias e diferentes pessoas e culturas, estilos e formas de viver, ainda que não goste de uma ou outra coisa, não tem problema, não somos obrigados a gostar de nada, mas somos obrigados a respeitar tudo.

Respeito é base de tudo, principalmente sobre aquilo que ainda não conhecemos.

Abraços!
Sandra Bhering Milate




Porque tudo tem um fim...

“O vento que venta aqui, é o mesmo que venta lá.” Baden Powell / Paulo Cesar Pinheiro   Algum tempo venho pensando em escrever para es...