quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Amor Verdadeiro...


Domingo eu estava assistindo no Fantástico um quadro intitulado “Nelson por ele mesmo”, é um resumo muito inteligente e bem apresentado, que fala de como Nelson Rodrigues percebia e sentia certas “ coisas”, e neste domingo o tema era “ O amor verdadeiro”.

Dizia ele então, que quando o amor é verdadeiro ele nunca acaba, se acabou não era amor e sim um sentimento de amor.

Não consegui em um primeiro momento compreender o que ele quis dizer com isto, e até reclamei aqui sozinha, já que não minha opinião o amor acaba sim, até porque ninguém merece sofrer de amor pelo resto da vida.

Ok, concordo que nunca mais se esquece um amor, você sempre ira lembrar dele pode passar anos que ele será lembrado por você, e com sorte será lembrado sem dor.

Mas não acredito e não acho que somos merecedores, por pior que sejamos, de sofrer de amor e não conseguir recomeçar, fadados a dor do amor não correspondido ou não permitido.

E olha que sou romântica, sonhadora e acredito nas pessoas, mas ainda assim não acredito neste amor que me parece mais um castigo.

Se não der certo o ser estará fadado a solidão e sofrimento?

Oxe, como assim?

Então seria melhor não amar ninguém, esta seria a solução?

Visto assim e lido ao pé da letra sim, o correto seria não amar ninguém, mas não é isto que ele, Nelson, quis dizer no final de tudo.

O que ele quis dizer é que o amor é um sentimento tão ímpar, tão sublime, que não deveria e nem poderia se acabar.

Que quem de fato ama alguém deveria se sentir grato pela oportunidade de amar, e seguir amando seria o caminho lógico para isto, se houvesse lógica no amor.

Bem não existe logica no amor, e nem em nenhum outro sentimento bom ou ruim, sem lógica apenas sentimento.

Mas no final eu entendi, do meu jeito é claro, mas entendi.

O Amor é tão sublime e incondicional que encontra-lo seria de fato uma grande sorte na vida.

Mas na minha opinião também podemos amar de várias formas (sentimento do amor, será?) e várias pessoas, ou situações.

E por mais doloroso que seja a desilusão, ainda vale muito a pena amar, conhecer pessoas, se permitir de novo e de novo, até que se encontre o “par”, ou o “trio”, sei lá, mas enquanto houver vida e vontade, o amor deve ser buscado e valorizado.

E acima de tudo, vivido.

Abraços,
Sandra Bhering


PS: muito ainda poderia ser dito aqui tema para um livro, porém não acredito que hoje seja necessário.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Virar a página, recomeçar...


Tenho 50 anos de idade (nunca achei que chegaria a ter 50, não me lembro de um dia ter pensado como seria quando eu tivesse 50 anos) e ainda me pego recomeçando a vida todos os dias, não porque eu queira, mas porque a vida precisa continuar.

Nem sempre quero virar a página porque ainda acho que se pode escrever mais uma linha, mais uma frase, as vezes viro a página por falta de opção e isto não é um recomeço e sim uma obrigação para que eu possa continuar.

Quantas vezes fui embora querendo muito ficar, quantas vezes!

E quantas fui embora por não caber mais!

Algumas...

Me lembro que em todas elas a dor de ir era sufocante, angustiante, faltou o ar em todas elas... e sempre achei que não conseguiria “ sobreviver”, mas passou... sobrevivi e vivi de novo e de novo e de novo...

Chico Xavier eternizou uma frase do irmão Emmanuel que diz: “ Na vida tudo passa, isto também vai passar”, diz ainda que na vida nem o bem e nem o mal são eternos, que tudo tem fim.

Ainda bem... sou prova viva disto.

Conheci a pouco tempo uma pessoa muito querida, mas que infelizmente morreu (ainda nos veremos em uma outra vida), que disse um dia “que eu sempre queimo a largada”, no dia apesar de estar muito brava com ele, eu dei muita risada quando li e é verdade, eu sempre me antecipo ao fim, as vezes provoco o recomeço por achar que assim será menos doloroso, ledo engano, dói do mesmo jeito.

E nem sempre consigo virar a página, apesar de continuar seguindo, as vezes acho que poderia ter tentado mais, ter feito mais, ter percebido mais, mas aí me pergunto:

Seria verdadeiro?
Seria autentico ou seria apenas a postergação de um fim eminente?

Mas fato é que sigo, errando e aprendendo, acreditando ainda nas pessoas, apostando no melhor de cada uma delas, enxergando as vezes o que elas e ninguém mais vê (neurose? até pode ser), mas continuo acreditando que nascemos todos para a felicidade.

Na minha vida não cabe o “morno”, ou é quente ou é frio, ou 8 ou 80, e isto é para justificar os tombos e alegrias que ganho no meio do caminho.

Sou intensa, sonhadora, as vezes tiro os meus pés do chão, e pago um preço por isto, mas prefiro que seja assim, para que no dia da amargura eu tenha do que me lembrar com alegria.

Trabalho 12h por dia e vivo as 24h na integra.

8 ou 80...

Me incomoda muito as pessoas que “ levam a vida” ou que deixam a vida leva-las, sem controle, sem posicionamento, sem questionamentos, penso comigo: será que são mais felizes por isto? Ou será que não se preocupam com a felicidade?

Tenho algumas marcas de expressão no meu rosto, muitas outras na minha alma, tenho  história para contar e não me importo em conta-las, nem todas são alegres, mas posso garantir que todas são minhas e contribuíram para o que hoje eu sou.

Nem mais e nem menos, apenas eu, Sandra tentando viver a vida da forma como acredito.

Com intensidade, com toda verdade que se pode ter, e acreditando que nem sempre é preciso virar a página, podemos escrever com letras pequenas minúsculas para caber mais, mas quando a página não te couber mais, quando aquilo tudo não te faz mais feliz e quando se corre sozinho, é melhor virar a página e iniciar um novo momento, sem esquecer as lições anteriores, mas sem permitir que estas lições o imobilizem ou o façam desacreditar nas pessoas, na vida e em seus sonhos.

Sim, eu ainda sonho...
Sim, eu ainda acredito...

Virar a página não é fácil, mas as vezes se faz necessário, até para se preservar o que se viveu, isto no âmbito profissional e pessoal.

Perceber que em alguns momentos, que podem ser para sempre, tudo ficou pequeno para o seu tamanho, perdeu a intensidade e o calor e que seria melhor abrir mão do que abrirem mão de você, é fundamental e mostra na minha opinião controle, mas não desapego.

O desapego virar com o tempo, e acreditem eu odeio o que vou dizer, mas o tempo de verdade ajusta, acerta, acalma e clareia o olhar.

Quando se vira a página, se tem a frente a possibilidade de escrever um novo capítulo da sua história, e aquele virado nunca mais será lido ou vivido, não por você.

Neste momento me vem à mente vários trechos de músicas que caberiam aqui, mas todas elas me lembram alguma coisa que na época foram boas e hoje não mais...

Mas não poderia de deixar de citar uma do Lulu Santos que diz:

“Se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer, e eu vou sobreviver, o que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber...”

Abraços,
Sandra Bhering


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Saudades...


É uma doença?

Ficamos doentes de saudades?

Não sei se posso classificar como doença, mas posso afirmar que sentir saudades é incapacitante.

A vontade de fazer qualquer coisa desaparece e você se deixa levar pela vida que precisa seguir, não por sua vontade, mas por obrigação de continuar.

Que dor é esta que nasce na alma e reflete no corpo?

Quantos suspiros, lembranças, vontades, desejos e choros incontroláveis como o ato de respirar que é involuntário.

Quem dera pudéssemos em algum momento de nossas vidas desligar os botões que geram os sentimentos e apenas religa-los quando já estivéssemos grandes o suficiente para lidar com eles.

Que saudades da época que eu era “ café com leite” ...

Conheci uma pessoa alguns anos atrás que me disse que sua avó morreu de saudades depois que o marido dela faleceu. Ela morreu mesmo, e não é força de expressão, a tristeza se abateu sobre ela de tal forma que o corpo adoeceu, ela enfraqueceu e morreu meses depois dele.

Linda seria a história se não fosse tão triste...

Neste aspecto as saudades viraram uma doença, e ela incapaz de reagir se entregou.

Que saudades...

Queria poder senti-las sem que elas me machucassem, rir das lembranças boas sem chorar depois..
.
Chego a sentir inveja das pessoas mais frias e racionais (bem, pouca inveja até porque acho que elas não sabem o que é viver), blindadas e hermeticamente fechadas para qualquer sentimento que não sejam capazes de pesar, medir e classificar.

Mas ainda assim, neste momento sinto inveja.

Eu sei que vai passar, até porque tudo nesta vida passa, mas até que passem gostaria de poder controla-las e não elas a mim.

Não queria sentir este frio na barriga e no coração, esta palpitação chata que parece mais a sororoca...

Chato... muito chato.

Mas vai passar...

Li agora a pouco que um abraço acaba com qualquer sentimento ruim, principalmente as saudades...

Abraços,

Sandra Bhering Milate

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Barquinho de Papel... Anavitória



Quando eu te deixar
Vou levar papel em branco
Espalhar por cada canto um barco de papel


Sei
Que o amor é fácil de afogar
E se você tem um barco
Maior chance de se salvar

Mas ora
Você partiu antes de mim
Nem me deixou barco frágil
Pr'eu me salvar do naufrágio
Que foi te dar meu coração

Por isso canto todo o poema em ode sua
E recorto em dobraduras
Mais um barco de papel
Para mim

Quando eu te deixar
Vou levar papel em branco
Espalhar por cada canto um barco de papel

Eu tô perdida num mar de ondas suas
E remo sem destino esse barco de papel

Mas ora
Você partiu antes de mim
Nem me deixou barco frágil
Pr'eu me salvar do naufrágio
Que foi te dar meu coração

Por isso canto todo o poema em ode sua
E recorto em dobraduras
Mais um barco de papel
Para nós

Porque tudo tem um fim...

“O vento que venta aqui, é o mesmo que venta lá.” Baden Powell / Paulo Cesar Pinheiro   Algum tempo venho pensando em escrever para es...