“O vento que venta
aqui, é o mesmo que venta lá.”
Baden Powell / Paulo
Cesar Pinheiro
Algum tempo venho pensando em escrever para este meu blog
que anda tão largado, há muito tempo deixei de alimentá-lo, mas não por falta
do que dizer, mas por falta do tempo que deixei de criar.
O tempo a gente faz, a gente cria, joga fora, deixa de lado
para outro momento que poderá não vir, o tempo a gente aproveita ou
desperdiça,
Mas, enfim, o tempo de verdade somos nós que fazemos
enquanto podemos.
Sim, enquanto podemos, pois chegará um momento e o
momento em que o tempo não “pertencerá” mais a nós.
Aliás que se diga de passagem, o tempo nunca nos pertenceu,
somos iludidos e vivemos assim por muito tempo, achando que o tempo pode ser
controlado por nós, quando na verdade ele só pode ser investido por nós.
Sim, investido!
Podemos investir o nosso tempo de várias formas,
trabalhando, estudando, ajudando o próximo, realizando pequenos sonhos e mimos
nossos, mas em momento algum podemos guarda-lo, detê-lo ou mantê-lo parado.
Quando o tempo se finda, não teremos como voltar atrás,
aquele minuto, aquele instante, aquele segundo já ficou no passado e não pode
mais ser aproveitado.
Mas ainda assim poderemos rever nossas ações para o futuro,
para o próximo momento, para o próximo segundo, para o próximo instante.
Este ano perdi meu irmão mais novo para uma doença terrível que
acaba com todos nós, poucos são aqueles que passam por ela e “vencem” e quando
vencem é porque era apenas uma lição a ser aprendida por todos.
Quando não vencemos a doença, é sinal de que precisávamos
dela para aprender e expurgar o restante de débitos que contraímos nesta ou em
outras vidas.
Vai saber...
Mas...
Com a morte dele aprendi outros valores que já tinha conhecimento,
mas que por qualquer motivo que agora eu não saberia dizer, nunca prestei muita
atenção.
Ele foi embora novo, magro e muito debilitado, para os olhos
de quem o viu em seus últimos meses, ele recebeu uma benção, a benção de se
libertar daquele corpo que já não iria mais se refazer.
Estamos tão acostumados a dar muita importância para a nossa
aparência, se estamos gordos, magros, velhos, em forma ou não, e para que?
Quando chegar a nossa hora, não será a nossa aparência que
nos manterá aqui, iremos embora de qualquer forma.
Estes valores tão distorcidos, tão sem sentido... tão desnecessários.
Não são estes os valores que precisamos cultuar, os valores são outros e muito mais importantes e livres.
Mas enfim...
Quando o tempo
acaba, não se tem muito o que fazer a não ser pedir a Deus que tenha piedade
e misericórdia de nossos espíritos tão errantes, no sentindo de errar e não no
sentido de vagar.
Misericórdia porque ainda estamos todos em treinamento, sem
saber ao certo o que é para ser feito e como deve ser feito.
O que ainda iremos passar?
O que ainda iremos viver?
Quanto tempo ainda teremos para aprender?
Quais as principais lições que precisamos aprender?
Na verdade, eu não acredito que as respostas façam qualquer
sentido ou diferença em nossas vidas, acredito até que elas nos atrapalhariam em
nossos desenvolvimentos.
A vida sempre esta e estará certa da forma como é e como se
apresenta para todos nós, as lições vão chegando aos poucos, elas nunca param.
Nunca!
Sempre teremos algo novo a ser aprendido e vivido, algo para
experimentar, para compartilhar.
Sempre!
Não importa o quão simples ou complicada é a sua vida, as
lições vão chegar até o último dia dela aqui na Terra, pois para quem
acredita, assim como eu, a vida não acaba aqui com o fechar dos nossos olhos,
ela continua em outro plano, em outra dimensão.
Seguimos trabalhando, nos melhorando, aprendendo o tempo
todo e nos esforçando para que sejamos melhores a cada dia encarnado ou
desencarnado.
Por isso, longe de querer ser a Dona da verdade ou a Dona do
conhecimento, procure fazer da sua vida algo bom, ninguém precisa saber o que
você faz de bom ou ruim, até porque estes são valores que diferem entre nós.
O que é bom ou ruim sempre será uma questão de percepção
de quem vive aquela experiência.
Só sabermos o que de fato faz sentido, quando estivermos
experimentando aquela situação ou momento, até lá o que teremos de verdade
serão apenas opiniões e juízo de valores que diferem entre nós.
Mas o mais importante acredito eu, é não se privar daquilo que
lhe traz alegria, conforto, paz de espírito, realização.
Pois o fim chega para todos nós, e o que levaremos daqui
será apenas as coisas boas e ruins que vivemos, levaremos o peso das nossas
ações, os amores que compartilhamos, as tristezas que causamos.
Levaremos apenas os nossos sentimentos e nossas ações,
porque o fim chega para todos nós um dia, e por acréscimo da misericórdia de
Deus não sabemos quando será este dia.
O título para este texto é uma afirmação e não uma pergunta,
porque tudo tem um fim, por esta razão é que precisamos entender os ciclos
pelos quais estamos passando e viver até o último momento cada um deles para
que não sejam repetidos.
A vida repete as lições quando não aprendemos ainda, e até que
tenhamos aprendido seremos testados e experimentados naquela situação.
Por isso, se estamos aqui cada um fazendo a sua parte, que
façamos melhor a cada dia, que possamos ser sempre pessoas melhores, sem nenhuma
intenção em virarmos santos, apenas pessoas melhores para nós e para os que nos
rodeiam, e quando o nosso dia chegar que possamos ser gratos pelas experiências,
pessoas, situações e momentos em que vivemos e tivemos a permissão de viver e
aprender.
Que seja assim para todos nós, ou para a maioria de nós.
Abraços
Sandra Bhering Milate