Max
Gehringer, consultor de carreiras, afirma que: "um jovem jamais deve abrir
mão de uma carreira pelo ideal de uma formação. Se a porta da oportunidade para
um estágio ou emprego se abrir, ele deverá entrar, pois ela poderá nunca mais
aparecer. A formação pode se buscar em qualquer momento da sua vida".
Não preciso
dizer aqui o quanto é importante se qualificar, "diplomar", fazer
mais de uma faculdade, acumular conhecimentos... isto tudo conta no momento de
uma contratação.
Mas, às
vezes, apenas no momento da contratação.
Hoje e já
algum tempo, encontramos no mercado profissionais mais que competentes;
moldados por suas experiências de vida, que por conta da própria vida não
conseguiram cursar uma faculdade e que por isto não têm um diploma, mas que
estão cheios de conhecimentos e desempregados.
Em busca de
uma recolocação e que perderam a vaga para um jovem recém-formado que precisará
ainda ser moldado para atuar, e que provavelmente entregará um resultado menor
que 10% do que se é esperado, por ainda estar no início de sua carreira.
Não quero
dizer com isto que estes jovens não devem ou não precisam trabalhar, nem quero
dizer que não serão daqui a algum tempo ótimos profissionais.
Não é isto de
forma alguma.
Mas quero
sim, perguntar e levantar aqui a questão do "por quê?" os mais
experientes são descartados do mercado de trabalho em detrimento dos mais novos
e graduados?
Hoje se fala
de cotas para quase tudo, mas ainda continuamos a dispensar os nossos
profissionais mais experientes por conta de uma necessidade não clara das
empresas, de se ter formados, graduados e diplomados ainda que não tenham
experiência - e não terão por algum tempo.
Alguns alegam
que os mais experientes são cheios de vícios acumulados ao longo do tempo e por
isto, são difíceis de serem moldados para as empresas que os contrataram.
Que não
evoluíram com o tempo, por gostarem ainda de agenda de papel e não da digital.
Isto mede o
grau de evolução de um profissional?
Li uma frase
de Steve Jobs que dizia mais ou menos isto: "O que adianta contratar
pessoas incríveis se as limitamos em suas ações e as orientamos para o que deve
ser feito?".
Qual a razão
e necessidade então de ser incrível?
Ou seja, as
empresas pedem experiência mas recusam os que tem muita experiência, por
acharem erroneamente que estas pessoas tomarão os lugares de seus líderes, ou
por terem vícios de outras empresas, e por conta disto, contratam o
recém-formado pagando-o menos, exigindo-o mais e os resultados nem de longe são
os melhores.
Acredito que
o maior diploma que uma pessoa possa ter nesta vida, são as experiências
acumuladas ao longo dela.
São seus
erros, acertos, testes, experiências, provas (às vezes duras) e o maior deles
na minha opinião, é o poder de adaptação.
Ao longo do
tempo as pessoas crescem com seus erros e se moldam para o que acreditam ser o
certo, não necessariamente sendo, porém, vão aprendendo com estas experiências
a trilhar caminhos mais "seguros".
Aprendemos
com os livros, mas não obtemos experiência ou vivência com eles.
Precisamos
colocar em prática o que foi aprendido, e os mais velhos aprenderam fazendo,
não lendo.
Não tiveram
muito tempo para isto.
Estavam
ocupados com a realização e a construção do nosso país.
Daqui a algum
tempo, os mais novos passarão pelo mesmo que hoje os nossos mais experientes
passam.
Mas, quando
será que isto terá fim?
Não terá por
ser a ordem natural das coisas.
Quando será
que os novos aprenderão com os mais velhos, da forma empírica, porém, não a
única?
Os mais
velhos orientando os mais novos e aprendendo com eles ao mesmo tempo.
A troca de
conhecimento e não a de pessoas, pois esta um dia acontecerá naturalmente.
Abraços,
Sandra Bhering Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida