quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Experiência ou Diploma

Max Gehringer, consultor de carreiras, afirma que: "um jovem jamais deve abrir mão de uma carreira pelo ideal de uma formação. Se a porta da oportunidade para um estágio ou emprego se abrir, ele deverá entrar, pois ela poderá nunca mais aparecer. A formação pode se buscar em qualquer momento da sua vida".

Não preciso dizer aqui o quanto é importante se qualificar, "diplomar", fazer mais de uma faculdade, acumular conhecimentos... isto tudo conta no momento de uma contratação.

Mas, às vezes, apenas no momento da contratação.

Hoje e já algum tempo, encontramos no mercado profissionais mais que competentes; moldados por suas experiências de vida, que por conta da própria vida não conseguiram cursar uma faculdade e que por isto não têm um diploma, mas que estão cheios de conhecimentos e desempregados.

Em busca de uma recolocação e que perderam a vaga para um jovem recém-formado que precisará ainda ser moldado para atuar, e que provavelmente entregará um resultado menor que 10% do que se é esperado, por ainda estar no início de sua carreira.

Não quero dizer com isto que estes jovens não devem ou não precisam trabalhar, nem quero dizer que não serão daqui a algum tempo ótimos profissionais. 

Não é isto de forma alguma.

Mas quero sim, perguntar e levantar aqui a questão do "por quê?" os mais experientes são descartados do mercado de trabalho em detrimento dos mais novos e graduados?

Hoje se fala de cotas para quase tudo, mas ainda continuamos a dispensar os nossos profissionais mais experientes por conta de uma necessidade não clara das empresas, de se ter formados, graduados e diplomados ainda que não tenham experiência - e não terão por algum tempo.

Alguns alegam que os mais experientes são cheios de vícios acumulados ao longo do tempo e por isto, são difíceis de serem moldados para as empresas que os contrataram.

Que não evoluíram com o tempo, por gostarem ainda de agenda de papel e não da digital.
Isto mede o grau de evolução de um profissional?

Li uma frase de Steve Jobs que dizia mais ou menos isto: "O que adianta contratar pessoas incríveis se as limitamos em suas ações e as orientamos para o que deve ser feito?".

Qual a razão e necessidade então de ser incrível?

Ou seja, as empresas pedem experiência mas recusam os que tem muita experiência, por acharem erroneamente que estas pessoas tomarão os lugares de seus líderes, ou por terem vícios de outras empresas, e por conta disto, contratam o recém-formado pagando-o menos, exigindo-o mais e os resultados nem de longe são os melhores.

Acredito que o maior diploma que uma pessoa possa ter nesta vida, são as experiências acumuladas ao longo dela.

São seus erros, acertos, testes, experiências, provas (às vezes duras) e o maior deles na minha opinião, é o poder de adaptação.

Ao longo do tempo as pessoas crescem com seus erros e se moldam para o que acreditam ser o certo, não necessariamente sendo, porém, vão aprendendo com estas experiências a trilhar caminhos mais "seguros".

Aprendemos com os livros, mas não obtemos experiência ou vivência com eles.

Precisamos colocar em prática o que foi aprendido, e os mais velhos aprenderam fazendo, não lendo.

Não tiveram muito tempo para isto.

Estavam ocupados com a realização e a construção do nosso país.

Daqui a algum tempo, os mais novos passarão pelo mesmo que hoje os nossos mais experientes passam.

Mas, quando será que isto terá fim? 

Não terá por ser a ordem natural das coisas.

Quando será que os novos aprenderão com os mais velhos, da forma empírica, porém, não a única?

Os mais velhos orientando os mais novos e aprendendo com eles ao mesmo tempo. 

A troca de conhecimento e não a de pessoas, pois esta um dia acontecerá naturalmente.



Abraços,
Sandra Bhering Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Culpa, Perdão e Tolerância...


Estava aqui lendo sobre a culpa e o perdão, e descobri e reforcei uma idéia já concebida anteriormente, que precisamos ser tolerantes com os nossos erros só assim poderemos nos perdoar.

Mas já aviso que não é fácil... quem dera fosse.

Quando erramos e erramos muito e iremos errar muito ainda, mas não pelas mesmas coisas, nos culpamos e buscamos pelo perdão do outro, isto quando temos a culpa como virtude.

Sim a culpa é uma virtude, desde que passe logo.

Se você sair por aí errando e magoando pessoas e não se sentir culpado por isto, você tem um problema, e um problema sério.

Erramos e pedimos desculpas, assumimos o nosso erro e nos comprometemos com o outro e com nós mesmos a não fazer novamente a mesma coisa, ou seja, “não cometer o mesmo erro”.

Na minha opinião esta é a forma mais simples, você reconhece o erro, pede perdão e aprende com ele.

Mas quando você precisa se perdoar apesar do perdão já ter ocorrido da outra parte, a situação fica muito complicada..

As vezes insuportável...

Há erros que cometemos por falta de conhecimento, ou por conta da forma que fomos educados e não percebemos que erramos, só descobriremos quando a outra parte se manifestar ou quando algo der errado.

Mas há outros em que surtamos, da “pane” em alguma parte do cérebro e agimos como se não fôssemos mais donos de nossas atitudes, tudo o que se segue a partir da “pane” é um amontoado de erros e dores.

Neste momento que parece durar uma vida (mas em alguns casos não passam de minutos), o estrago está feito e você se quer percebeu, só notara depois quando a parte afetada sofrer com os danos causados por você.

Pedir perdão será o caminho, o outro até perdoa por entender o quão fraco e humano somos, mas e você, a pessoa quem causou o mal, você se perdoa?

Você consegue ser tolerante com seus erros e passar uma borracha sobre tudo o que aconteceu e apenas seguir, virar a página?

Não. Apesar da maioria dizer que sim.

Ficamos nos consumindo com a dor causada no outro, mas além disto nos consumimos pela burrice do ato, a fragilidade do momento, a dor de não ter podido fazer melhor.

Ou será que podíamos?
Se sim, porque não fizemos?
Surto ou Pane, ou os dois juntos?

E neste cenário encontramos dor, tristeza, falta de paciência consigo mesmo, tolerância e amor próprio.

Passamos a achar que de fato somos o pior dos piores do mundo, e que para nós não há uma saída e nem uma visão positiva.

E o dano é ainda maior.

Se você é capaz de reconhecer o erro e pedir desculpas para o outro, porque não pede para você que também é uma das partes afetadas?

Por que não se perdoa e seja tolerante com você, afinal somos falhos, a perfeição ainda não é deste mundo e duvido muito que um dia seja.

Entenda que você não é mau e desprezível ainda que o outro diga que é, ele só está com raiva, e é para estar mesmo. Afinal você traiu a confiança dele, você o decepcionou.
Já notou que quando você está triste, com dor e infeliz, basta que a pessoa que te causou o mal, te peça desculpas e tudo volta a ficar bem? Em alguns casos você até esquece o que aconteceu, e não é força de expressão, você esquece mesmo.

Por que isto é o normal, ser tolerante com o erro do outro, ser paciente com as limitações que o outro tem, aceitar que poderemos cometer o mesmo erro daqui um tempo. Além do reconhecimento do erro, que gera humanização.

Se faz tão bem ouvir um pedido de desculpas do outro, porque não pedir para você mesmo que cometeu o erro? Peça desculpas, entenda que somos todos falhos e estamos todos no mesmo balaio.

Não se condene ...

Seja tolerante com você, aja com você da mesma forma que agiria com o outro, mas com uma dose ainda maior de amor, porque afinal estamos falando de você.

Sinta culpa pelo mal causado a alguém, peça perdão e seja tolerante com você que errou da mesma forma que seria com quem erra com você.

Viver bem é o que todos buscamos.. comece com você.

Não prometa que nunca mais errara, isto você não pode prometer porque para não errar mais você precisaria estar morto, mas prometa SIM que aquele tipo de erro você não cometera mais...

Mas se cometer, perdoe-se mais uma vez...

Além disto prometa para a pessoa mais importante da sua vida (você), que será tolerante sempre!

Boa Sorte para Todos nós... sem culpa e com mais perdão!

Sandra Bhering Milate




Depressão – A doença do século




“Segundo o Dr. Dráuzio Varella, a depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves. 

Depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas e etc. 

Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente.”

Doença do século...sem dúvida, e silenciosa.

A pessoa não percebe que está doente, e atribui alguns sintomas da doença ao dia que passou, logo, acredita que a falta de sono, de fome, ou ainda a tristeza, se deve ao desentendimento no trabalho ou a insatisfação com o que se está fazendo.

Ela acaba não enxergando o que de fato está acontecendo, até que depois de muitos e muitos dias, se dá conta que não sente mais fome, sono ou vontade de fazer as coisas que fazia antes e que lhe davam muito prazer.

Se cala, não reclama, não procura mudar por não saber ao certo o que está acontecendo e agrava o quadro.
Em alguns casos foi falta de escolha do caminho inicial, em outros a imposição de uma situação que ela não pode evitar, como o falecimento de um ente querido, por exemplo.

O fato é que o depressivo precisa achar um meio de ter o controle novamente, o controle de tudo; principalmente da vida.

Quando ele acredita que está sendo guiado por outras pessoas, que sua vontade já não lhe pertence mais e que ainda não consegue ver uma forma de sair daquela situação, ele apenas se entrega. 

Pronto!

Teremos aí, um caso grave da doença que é tratável sim, mas que pode levar a pessoa a tomar remédios para o resto da vida, já que depressão não tem cura e é recorrente, pois basta uma única decepção para o depressivo entrar em crise novamente.

 Tirando os casos em que isto é patológico e não temos então como evitar, segundo o Dr Dráuzio, existem casos de depressão patológica.

Tirando estes casos, o que mais vemos hoje em dia (e acredito que o maior número de doentes se encontram nesta faixa) é a depressão adquirida; aquela em que o ser humano se permite levar por uma tristeza que parece não ter fim. Acredita que isto vai mudar ou passar com o tempo e se na ocasião não for percebido, vira um caso grave.

Tristeza com o trabalho, com o relacionamento, com a família e principalmente com si próprio. Não sente prazer em estar consigo mesmo e portanto se isola, o que agrava ainda mais a situação.

Vocês sabem que sou a favor da alegria, do sorriso, da vida leve e azul, mas sabem também que não acredito que todo dia pode ser assim. Nossos dias são sim de lutas e as nossas maiores lutas são contra nós mesmos. 

Estamos sempre buscando “a perfeição”, a felicidade e o prazer. Quando não conseguimos da forma como idealizamos ou achamos que merecemos, o mundo cai. 

Para a maioria de nós, só é mais um dia ruim e amanhã será muito diferente e melhor, porém, para estes 350 milhões de pessoas que sofrem com a doença e o quadro tende a aumentar, aquele pode ter sido o “dia D”.

“Cansei de ser gente grande!”

O quanto estas pessoas sofrem...

Lembram que estamos onde nossa mente está?

Pois é, onde estará então a mente de um depressivo?

Este quadro só tende a aumentar por conta da necessidade da felicidade rápida e urgente. Todos querem ser felizes hoje, se possível agora, e não dá para esperar o amanhã, pois talvez eu já não esteja mais aqui. 

Insegurança e insatisfação.

O mundo hoje é “delivery”: Tudo se pede pela internet, telefone ou aplicativos...menos felicidade de verdade.
Ok, pizza me dá alegria, mas não felicidade.

Além disto, o nosso mercado de trabalho e nossas vidas estão muito competitivas. 

Nas empresas hoje não basta falar inglês; tenho que ser poliglota para ocupar um cargo às vezes abaixo da liderança.

Não basta mais ter um diploma; preciso ter MBA.

Tudo isto leva as pessoas a se exigirem mais, e quando elas não conseguem atender o grau de satisfação imposto pelo outro e não por ela, elas surtam, entram em pane.

Para algumas pessoas é muito difícil reconhecer seus limites e aceitá-los. Na verdade, se o outro consegue eu também consigo. 

Isto não é uma verdade absoluta.

Aceitar nossos limites muitas vezes é se manter saudável.

E como não será possível, fico triste e de triste, depressivo.

Você não precisa ser o melhor dos melhores para ninguém, basta que seja para você e se sinta satisfeito com isto. 

Buscar a satisfação é o melhor caminho para evitar a depressão. 

Não precisa ser o melhor emprego, mas aquele que te dá alegria. 

Não preciso ter a melhor família, mas a minha família. 

Meus amigos não precisam ser os melhores do mundo, mas que sejam meus amigos.

E se não for assim, paciência. 

Manter o controle do que se tem, entender suas limitações e para onde pode ainda ir.

Planejar os próximos passos, acreditar no amanhã e nas coisas boas e também ruins que ele lhe trará, faz parte de uma vida saudável.

Chore, mas não passe o dia chorando ou se passar, acorde inchado no dia seguinte e sorria. Se não der para sorrir, pelo menos não chore de novo e se chorar, não chore mais um dia inteiro.

Entenda que nem tudo que se quer efetivamente se pode ter (como trazer de volta alguém que morreu), mas que podemos tudo aquilo que queremos e que depende apenas de nós; de nossos esforços, estudos, determinação, dedicação e limites.

Ficar doente não é uma opção, mas se curar sim, que além de opção é uma obrigação.

Perceba seus limites...

Mantenha-se saudável e se estiver muito difícil segurar a barra de ser gente grande, peça ajuda...só não desista.

Abraços,
Sandra Bhering Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida









Porque tudo tem um fim...

“O vento que venta aqui, é o mesmo que venta lá.” Baden Powell / Paulo Cesar Pinheiro   Algum tempo venho pensando em escrever para es...