quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Chefe ou Líder?



 


Chefe: Provido de autoridade formal (manda, diz: "vá").

Líder: Provido de motivação natural (desenvolve, diz: "vamos").


Por mais que falem sobre isso, este tema nunca será esgotado; nunca daremos por encerrado este assunto ou fecharemos a conta, até porque, os exemplos do passado eram de chefia, e o que buscamos hoje é a liderança.

Chefes ordenam; líderes pedem.

Chefes aguardam; líderes estão sempre juntos.

Chefes gritam; líderes conversam.

Chefes intimidam; líderes agregam...

Eu poderia falar e falar até não poder mais, sobre as diferenças entre um e outro, mas minha intenção na verdade é falar sobre duas coisas: como formá-los e o que se ganha em uma liderança.

Como formá-los? 

Na minha opinião ele nasce pronto.

Para quem trabalha com treinamento, esta afirmação depõe contra as coisas em que acredito, mas, tenho que admitir que não é fácil transformar um técnico de redes e cabos em líder de equipe; um líder deste seguimento não consegue ser líder de uma equipe de vendas, por exemplo.

Na posição de líder em redes, ele distribui as atividades relacionadas àquele dia, enquanto um líder em vendas precisa além de delegar as atividades, caminhar junto, motivar, preocupar-se com o resultado e o time. Não que o líder em redes não se preocupe, mas as funções são diferentes e por conta disto, o tipo de liderança também.
Há quem diga que líder é líder em qualquer momento, ou área. Preciso concordar que em alguns casos sim, mas não poderia nunca afirmar.

O que se espera de alguém que comande uma equipe? Resultados? Satisfação? Equipe coesa? Todos na mesma página?

O esperado é tudo isto junto, aliado à motivação, vontade de fazer parte daquele grupo; daquela equipe. 

Pessoas que sentem prazer em trazer resultados, porque entende que todos estão no mesmo caminho e intenção. Porque acreditam em sua liderança de exemplos e não apenas em palavras.

Em minhas andanças por aí, fui chefiada por algumas pessoas, mas liderada por poucos. Um dos meus líderes, de quem guardo uma ótima lembrança e referência, sentava do meu lado para me dizer o que tinha que ser feito e fazia. 

Nestes "Task Forces" que as empresas fazem afim de equiparar e ajustar resultados, todos trabalhando por um único objetivo e resultado, ele se sentava em uma "PA" e também ligava para os clientes. Resolvia problemas e encomendava a pizza.

Não me lembro de alguém reclamar das horas que fazíamos a mais por conta destas atividades, mas lembro sim que comemorávamos os ótimos resultados, e eu em especial, sentia muito orgulho de ser liderada por aquele líder.

Aprendi muitas coisas com ele, e a principal delas foi a de ser líder; de como fazer com que o seu liderado te siga: caminhando com ele. 

Se o líder se importar efetivamente com o bem-estar da equipe, por certo terá o resultado esperado pela empresa - se importar.

Ele me ensinou entre outras coisas, que se quero conseguir um outro cargo dentro da empresa, preciso preparar pessoas para ocuparem o meu lugar; que só cresço se puxar alguém - para cima, é claro.

(Infelizmente não é isso que encontramos hoje em dia. No geral, tira-se do caminho para poder passar... Triste, porém verdadeiro.)

E como fazer isto, se não conhecendo sua equipe e se importando verdadeiramente com ela?

Mas voltando (e nunca me desviei), neste sentido não é possível criar um líder. Posso desenvolvê-lo se já estiver quase pronto, mas nunca pegá-lo "do zero".
Pessoas que não gostam de pessoas, (existe?) como vão liderar equipes se não gostam de gente? 

O Chefe.

Mas, posso desenvolver a liderança em quem já a tem o "dom".

Hoje em dia, no mundo corporativo e já a algum tempo, os líderes são ex-colaboradores. Meio que um plano de carreira. 

Não acho esta prática de todo abominável, porém, há de se observar que nem todo ótimo colaborador será um bom líder. Isto se deve ao fato da liderança ter que ser "nata" (lembra do dom?), e estar apenas "adormecida" para ser desenvolvida.
Quando cometemos o erro de promover um colaborador à liderança sem nem mesmo entender se ele está pronto para isto, perdemos dois profissionais e às vezes desmotivamos um outro que acreditava ser o promovido. 

Além de perdê-los, criamos no ex-futuro líder uma sensação de incompetência - o que não é uma verdade. Ele só não estava pronto para aquela atividade, e talvez nunca esteja porque não faz parte dos planos de carreira dele. Estranho? Não.

Eu conheci e conheço pessoas assim; que não querem se comprometer com este tipo de ocupação, por medo do resultado ou apenas por não gostarem da ocupação e de suas obrigações.

O que é esperado de um líder?

Que ele lidere, que agregue à equipe e que forme uma equipe. 

Que conheça tão bem a equipe, que possa de olhos fechados dizer quem deles fara um ótimo trabalho na liderança e poderá substituí-lo.

Como formá-los? Não formamos; desenvolvemos... Observe.

O que ganhamos com a liderança? Gente feliz. E com gente feliz conseguimos resultados.

Abraços,

 Sandra Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida




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