Chefe:
Provido de autoridade formal (manda, diz: "vá").
Líder:
Provido de motivação natural (desenvolve, diz: "vamos").
Por mais que
falem sobre isso, este tema nunca será esgotado; nunca daremos por encerrado
este assunto ou fecharemos a conta, até porque, os exemplos do passado eram de
chefia, e o que buscamos hoje é a liderança.
Chefes
ordenam; líderes pedem.
Chefes
aguardam; líderes estão sempre juntos.
Chefes
gritam; líderes conversam.
Chefes
intimidam; líderes agregam...
Eu poderia
falar e falar até não poder mais, sobre as diferenças entre um e outro, mas
minha intenção na verdade é falar sobre duas coisas: como formá-los e o que se
ganha em uma liderança.
Como
formá-los?
Na minha
opinião ele nasce pronto.
Para quem
trabalha com treinamento, esta afirmação depõe contra as coisas em que
acredito, mas, tenho que admitir que não é fácil transformar um técnico de
redes e cabos em líder de equipe; um líder deste seguimento não consegue ser
líder de uma equipe de vendas, por exemplo.
Na posição de
líder em redes, ele distribui as atividades relacionadas àquele dia, enquanto
um líder em vendas precisa além de delegar as atividades, caminhar junto,
motivar, preocupar-se com o resultado e o time. Não que o líder em redes não se
preocupe, mas as funções são diferentes e por conta disto, o tipo de liderança
também.
Há quem diga
que líder é líder em qualquer momento, ou área. Preciso concordar que em alguns
casos sim, mas não poderia nunca afirmar.
O que se
espera de alguém que comande uma equipe? Resultados? Satisfação? Equipe coesa?
Todos na mesma página?
O esperado é
tudo isto junto, aliado à motivação, vontade de fazer parte daquele grupo;
daquela equipe.
Pessoas que
sentem prazer em trazer resultados, porque entende que todos estão no mesmo
caminho e intenção. Porque acreditam em sua liderança de exemplos e não apenas
em palavras.
Em minhas
andanças por aí, fui chefiada por algumas pessoas, mas liderada por poucos. Um
dos meus líderes, de quem guardo uma ótima lembrança e referência, sentava do
meu lado para me dizer o que tinha que ser feito e fazia.
Nestes
"Task Forces" que as empresas fazem afim de equiparar e ajustar
resultados, todos trabalhando por um único objetivo e resultado, ele se sentava
em uma "PA" e também ligava para os clientes. Resolvia problemas e
encomendava a pizza.
Não me lembro
de alguém reclamar das horas que fazíamos a mais por conta destas atividades,
mas lembro sim que comemorávamos os ótimos resultados, e eu em especial, sentia
muito orgulho de ser liderada por aquele líder.
Aprendi
muitas coisas com ele, e a principal delas foi a de ser líder; de como fazer
com que o seu liderado te siga: caminhando com ele.
Se o líder se
importar efetivamente com o bem-estar da equipe, por certo terá o resultado
esperado pela empresa - se importar.
Ele me
ensinou entre outras coisas, que se quero conseguir um outro cargo dentro da
empresa, preciso preparar pessoas para ocuparem o meu lugar; que só cresço se
puxar alguém - para cima, é claro.
(Infelizmente
não é isso que encontramos hoje em dia. No geral, tira-se do caminho para poder
passar... Triste, porém verdadeiro.)
E como fazer
isto, se não conhecendo sua equipe e se importando verdadeiramente com ela?
Mas voltando
(e nunca me desviei), neste sentido não é possível criar um líder. Posso
desenvolvê-lo se já estiver quase pronto, mas nunca pegá-lo "do
zero".
Pessoas que
não gostam de pessoas, (existe?) como vão liderar equipes se não gostam de
gente?
O Chefe.
Mas, posso
desenvolver a liderança em quem já a tem o "dom".
Hoje em dia,
no mundo corporativo e já a algum tempo, os líderes são ex-colaboradores. Meio
que um plano de carreira.
Não acho esta
prática de todo abominável, porém, há de se observar que nem todo ótimo
colaborador será um bom líder. Isto se deve ao fato da liderança ter que ser
"nata" (lembra do dom?), e estar apenas "adormecida" para
ser desenvolvida.
Quando
cometemos o erro de promover um colaborador à liderança sem nem mesmo entender
se ele está pronto para isto, perdemos dois profissionais e às vezes
desmotivamos um outro que acreditava ser o promovido.
Além de
perdê-los, criamos no ex-futuro líder uma sensação de incompetência - o que não
é uma verdade. Ele só não estava pronto para aquela atividade, e talvez nunca
esteja porque não faz parte dos planos de carreira dele. Estranho? Não.
Eu conheci e
conheço pessoas assim; que não querem se comprometer com este tipo de ocupação,
por medo do resultado ou apenas por não gostarem da ocupação e de suas
obrigações.
O que é
esperado de um líder?
Que ele
lidere, que agregue à equipe e que forme uma equipe.
Que conheça
tão bem a equipe, que possa de olhos fechados dizer quem deles fara um ótimo
trabalho na liderança e poderá substituí-lo.
Como
formá-los? Não formamos; desenvolvemos... Observe.
O que
ganhamos com a liderança? Gente feliz. E com gente feliz conseguimos
resultados.
Abraços,
Sandra Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida
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