"Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora?" |
Carlos Drummond de
Andrade
Quantas e quantas vezes nos perguntamos: E
agora, José?
O que fazer com tudo que sentimos, com o que
queremos e o que não queremos?
Como deixar de sentir o que sentimos?
De pensar no que pensamos?
De imaginar o que ainda não temos?
De sonhar o aquilo que queremos?
Como fazer para ser o tempo todo (ou uma boa
parte dele) racional e não passional?
O que fazer com todas as sensações juntas e
misturadas em um único momento, e quando este momento não passa, e passa a ser
um enorme tempo, atemporal /intemporal?
O que fazer com a certeza da incerteza, que
nos leva a enormes questionamentos do que esta certo ou errado, ou ainda o
que está fadado ao erro...como saber o que é certo?
Por qual régua mede-se o certo ou errado; a
moral, a dor ou o medo da dor?
Em que momento devemos nos proteger e
caminhar por caminhos já conhecidos e vivenciados por nós mesmos, ainda que
sem “ graça”?
Talvez sejam mais seguros...
Mas o que se busca é de fato a segurança?
Muitas perguntas e nenhuma resposta que
satisfaça ou acalme ao mesmo tempo mente e coração.
Nada que tranquilize e gere a esperança, a
confiança ,ou na pior das hipóteses, o conforto da espera como se já tivéssemos
nos vacinado contra o que estamos prestes a sentir e viver( ou sofrer) tudo
de novo e mais uma vez..
Por que o ser humano é assim, porque não conseguimos
viver o presente sem trazer para ele as marcas ruins do passado?
Porque as marcas não nos servem apenas para
lembrar que passamos, e que sobrevivemos...que conseguimos, ao invés de gerar
o medo, a insegurança...a incerteza.
Porque será que quando está ficando bom o
medo aumenta?
Acreditamos não ser merecedores.... será que
é isto?
E agora, José, Marias, Antonios....e agora?
Se correr o bicho pega e se ficar ele te
come, o que será melhor, ou melhor, o que será menos dolorido, sofrível e suportável?
Alguém me responda, o que fazer com tudo isto
que a vida nos dá e tira o tempo todo.
Ganha- se o amor, perde -se a coragem...
Perde- se a liberdade, ganha-se o medo....
Porque a troca constante de sentimentos e
sensações?
Porque esta barganha?
Será que ainda não somos capazes e
merecedores do colo, do aconchego, da segurança (ainda que ela não exista
100%)?
Estamos sempre aguardando pelo tombo, pelo
momento “ pegadinha do malandro”, pisando em ovos, e entregando ao tempo (não
confio nele), a solução do que nos acovardamos e julgamos incapazes de
resolver, e quando a resposta do nosso amigo Tempo, não nos agrada, sentimos alivio
em dizer: ainda bem que não apostamos todas as nossas minhas fichas .. sabíamos
que não daria certo...
UFA! Ainda nos restam
algumas fichas para recomeçar (será que pensamos em recomeçar?) Ou será que
apenas continuamos a caminhar, já que não existe uma outra opção?
E o que sentimos, é alivio por ter acabado
antes mesmo de começar, ou medo da dor que viver nos traria?
Vai saber....
E agora, José?
... "
Abraços,
Sandra Bhering
|
Criação de artigos e textos, conteudista, palestrante, instrutora de treinamento, revisora e redatora. Psicóloga em construção. Mediadora e conciliadora.
quinta-feira, 15 de junho de 2017
E agora, José?
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