quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Qui nem jiló....

QUI NEM JILÓ

...

Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia a gente perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade intonce aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga que nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Saudade, o meu remédio é cantar.

Luiz Gonzaga

Tempo... Tempo... Tempo.


“Perda de tempo ir atrás de um tempo perdido; Se por ventura encontrá-lo, Outro tempo terá ido.” Brenon Salvador

Quem nunca ouviu falar que o “tempo cura tudo”, ou ainda “deixe com o tempo, ele é o senhor das verdades”, ou ainda “nada como o tempo para colocar as coisas nos seus devidos lugares”, mas será mesmo?

Será que o tempo ao seu tempo resolve qualquer coisa?
Ajusta o que estava desajustado?
Atrai o que estava afastado?
Será?

Tenho para mim que o tempo nada mais faz do que reafirmar, de forma categórica, a nossa incapacidade por não ter resolvido uma ou outra coisa, esfregar em nossas caras a covardia que tivemos ao longo de muitos e muitos anos, ou meses, ou apenas dia, de que fomos covardes por entregar ao tempo a solução de problemas apenas nossos.

E perdemos tempo, o nosso tempo!

É claro que devemos guardar as devidas proporções para situações em que existe o tempo de maturação para uma solução mais adequada, ou colheita de uma plantação. Mas não me refiro a este tempo e sim aquele em que quando estamos perdidos sem coragem para lutar ou quebrar a cabeça para encontrar uma solução, entregamos ao tempo os nossos desafios e desafetos e aguardamos na certeza que ele sim, fará o melhor... 

Ah deixa pra lá, como o tempo isto se resolve!

“O que for seu achara um caminho para te encontrar”, já ouviram isto também, tenho para mim que não é uma verdade 100% absoluta, como nada na vida é, mas a vida trará o trabalho se eu não sair para procurar?

Ou o amor de minha vida se eu não sair de dentro da minha casa?
Ou as experiências que as viagens proporcionam se eu não sair para viajar?
E aqui neste ponto podemos também falar sobre destino, mas não acredito em um destino em que eu me sento em meu sofá na sala da minha casa, e o Universo trará o que eu preciso sem que eu faça o mínimo esforço. 

Não!

Até porque não haveria nenhuma graça, prazer ou aprendizado neste tipo de situação.
Não é errando que aprendemos?
Como aprenderemos se entregarmos ao tempo nossas experiências ainda não vividas e apenas desejadas?
Será mesmo que o tempo cura e resolve tudo?
Ou será que ele nos faz apenas aceitar uma situação por incapacidade de muda-la ao seu tempo?
Será que é neste sentido que as pessoas se referem a cura pelo tempo?
Fico aqui pensando, a dor de um grande amor perdido, é curada pelo tempo?
Você deixa de amar quando de fato é amor, por conta do tempo que se passou?
Você de fato esquece a pessoa em questão? 

Ou você apenas aceita o fato de que não pode mudar nada ou não tem mais forças, ou apenas não quer mais lutar por nada, e entrega e se entrega ao TEMPO?

Aquele mesmo TEMPO que você perdeu quando jogou em suas mãos a solução.

Tempo este que pode ser do seu esquecimento, duvido que ocorra, mas enfim, tempo este que pode ser da aceitação.

O que não tem remédio de fato está remediado?

Não quero gerar nenhum tipo de inconformidade com a vida e seus problemas, quero antes propor que façamos tudo o que pode ser feito antes de dar por encerrado qualquer episódio de nossas vidas, seja ele qual for, e não entregar ao tempo sua cura ou solução.

Faça sua parte antes...

Caso contrário, estaremos fadados a ter uma vida infeliz ou no mínimo incompleta, e só nos arrependeremos do tempo perdido quando a idade chegar e tivermos todo o tempo do mundo para esperar por algo que deveríamos ter feito acontecer. 

Será tarde !?

Ouvi a pouco tempo a seguinte frase “Quando existe amor, a distância, o tempo e as saudades, só aumentam o amor que já existe e nunca diminui”. Não tem tempo que mude isto.

E aqui entenda por amor, tudo o que lhe de prazer e não apenas o amor por uma pessoa em especial. 

Amor pela vida, pelas viagens, pelos descobrimentos, pelos estudos, enfim.

O que te fizer sorrir e te der prazer, vale a pena ter por perto apesar de todas as dificuldades que isto poderá acarretar.

Não espere pelo tempo.

O que ele lhe trará no final da vida, será o arrependimento de não ter feito o que podia enquanto se podia.

Perdemos muito tempo esperando pelo tempo, quando na verdade deveríamos fazer o nosso próprio tempo!

Abraços,
Sandra Bhering

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Mensagens - Amor

 

 

Mensagens

Amor (Carlos Drummond de Andrade)

Mensagem
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.

Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado… se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados…

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite… se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado…

Se você tiver a certeza de que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção de que vai continuar sendo louco por ela… se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

É tudo questão de educação

Estes dias, precisei usar o transporte público (metrô) por conta de um projeto em que eu estava envolvida.

Usei por 18 dias nos horários de maior movimento, mais eu diria que são os horários de maior falta de educação e preocupação com o próximo, pois movimento e fluxo de pessoas existe o dia todo em São Paulo.

Todas as manhas antes de entrar, eu me “entregava” a Deus, e pedia apenas um espaço para caber o meu corpo inteiro dentro daquele vagão. Às vezes aguardava pelo 8 º ou 9º trem até conseguir colocar os meus dois pés no mesmo chão, mas não adiantava muito aguardar, pois sempre seguia toda torta e apertada para o meu destino. 

Enquanto seguia, pensava em todas aquelas pessoas que precisam usar o metro todos os dias, durante todo o ano e passam por aquilo sempre, sem nenhuma perspectiva de melhora.

Será por isto seus semblantes tristes e raivosos logo cedo?

Não pude deixar de perceber, que o que se forma na porta dos vagões é absurdo; uma barreira humana, quase que intransponível. Quando se consegue por algum milagre passar por ela, vem o “empurra-empurra”. Se você precisar tirar um dos pés do chão, prepare-se para ir com ele suspenso até o seu destino, pois o espaço já foi ocupado por um outro pé. 

Chegar amassado ou descabelado passa ser o menor dos problemas, pois o mais importante é chegar.

Às vezes e não poucas as vezes, havia sim espaço na outra porta e nos corredores, mas ainda assim não era possível entrar; isto porque as pessoas não se preocupam com o próximo.

Ora! Todos nós estamos ali pelo mesmo motivo, e ainda que fossem diferentes os motivos, o transporte será o mesmo.

Muitas vezes bastaria um passo para trás ou para o lado, para caber mais um par de pés. Se todos seguissem esse mesmo princípio, caberiam vários outros pares. Assim, todos nós poderíamos seguir, de forma menos desconfortável, para os nossos destinos.

Mas ao invés disto, o que vemos é um bando de pessoas raivosas logo cedo, desejando que o outro se perca, se ferre e que espere o outro trem, pouco se importando com as necessidades do próximo, e deixando brotar o seu ódio interno por tudo aquilo.

Iniciar a semana com os ânimos já assim à flor da pele e quase sem controle, imagine como será que esta semana irá terminar... 

Qual o nível de stress que esta pessoa passa?
Que tipo de alegria sente?

Que tipo de prazer esta pessoa pode sentir, ao ver a porta do vagão se fechar e ficar do lado de fora aquela pessoa que ele se opôs à entrada, quando se fez pedra na porta do trem?

Como será o dia desta pessoa que lesou o próximo?
E a manhã seguinte como será?
   
Se por um lado precisamos e merecemos um transporte com mais qualidade, (pois o valor da passagem não é baixo, e não estou tirando aqui a responsabilidade do governo quando nos oferece este tipo de transporte), por outro precisamos entender que a educação (e somente a educação) poderá mudar este quadro lamentável.

Educação, sim! 

As pessoas se empurram e quase que se “gladiam” para entrarem em um trem mesmo quando este não está muito cheio. Elas já estão tão habituadas a empurrarem, xingarem e se estressarem logo de manhã, que qualquer coisa diferente disto é estranho.

Enquanto minha única preocupação era entrar no trem e chegar ao meu destino dentro do meu horário, para outros muitos, era apenas empurrar para sentar-se, e fingirem-se de mortas e com a sensação de “Eu consegui! Estou sentado!’’

Percebem o nível de satisfação e educação destas pessoas?

“Se eu estiver bem, pouco me importa os outros.”
 “Se eu entrar no trem que se danem os que não entraram.”

Lamentável?
Muito!

Lamentável é saber que estas posturas se mantem em todos os sentidos da vida; furar fila, não chegar no horário, não pedir desculpas, não se importar com o outro em momento algum...
  
Eu terminei meu projeto e não preciso, por enquanto, enfrentar esta realidade, mas por quanto tempo?
  
Até quando?
E quando eu voltar, estará pior?

Sim, a tendência é piorar (e não estou sendo pessimista), mas uma coisa é certa: não adianta reclamar do governo, do estado e dos políticos, se não fizermos a nossa “lição de casa”.

Queimar ônibus em protesto ou “se matar” na linha do trem, não mudará as coisas.

Experimente ceder, dar e pedir licença, dar “bom dia” e responder ao que lhe foi dado.

Pratique o respeito.
Pratique a educação.

Dê um passo para o lado, para trás ou para frente, e você verá que isto (e apenas isto) é capaz de mudar muita coisa no seu dia a dia, e não apenas no transporte, mas na vida.

A educação cabe em qualquer lugar, e caberá onde nada mais couber.

E como diz Marcelo D2: “Então vem, chega devagar no miudinho, chega devagar no sapatinho”.

Boa Sorte!

Sandra Bhering
Revisão de texto: Volfrâmio Almeida


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

“Check List”: Mais um ano.


Mais um ano se foi e outro se inicia célere.
Já estamos próximos do carnaval, em breve será Páscoa e Natal novamente.

Rápido, não é?

Acordamos todos os dias e já nos damos conta de que está quase na hora de dormir novamente e que metade das coisas que programamos para o dia, não foram realizadas por pura falta de tempo.

Será mesmo falta de tempo, ou estamos sem foco?

O dia de fato tem passado mais rápido, ou nos perdemos em meio a tantas indecisões e incertezas do que fazer ou do que fazer primeiro?

Quais são seus planos para este ano?

O que fará de diferente do ano anterior?

Quais desafios você não venceu, mas pretende vencer este ano?

Quais as lições aprendidas no ano passado e nos anteriores a este?

Difícil responder com exatidão e assertividade a estas questões, porém, se quisermos realizar algo diferente este ano ou concluir o que não conseguimos em anos anteriores, teremos que ter uma resposta para cada uma destas questões e um plano de ação de onde quero estar no final deste ano.

Sabe aquele “checklist” que algumas pessoas fazem todo final de ano com as coisas que pretende alcançar, iniciar ou apenas finalizar, como por exemplo um regime?

Pois é. Precisamos de fato ter em mente e bem próximo às mãos, o que queremos para este ano (que pode ser o mais importante de nossas vidas) independente dos planos que se tenha e do tamanho deles.

Faça de fato uma lista com todas as suas necessidades, planos ou apenas desejos.

Coloque em primeiro lugar as mais fáceis, mas não deixe de colocar todas. 

Priorize as fáceis para que a cada etapa vencida se tenha mais ânimo e certeza de que é possível realizar todas, desde que se mantenha o foco.

Perder alguns quilos, iniciar um curso (de línguas ou graduação), se especializar, viajar (profissionalmente ou não), mudar de área, casar, ter filhos, começar a academia...enfim, seja quais forem os seus planos, trace-os e execute-os na medida em que for possível.

Talvez tenha que acordar mais cedo e dormir mais tarde, ou quem sabe dormir mais cedo para acordar mais cedo, talvez tenha que mudar de casa, de cidade ou até mesmo de estado. Não importa de que forma irá fazer e caminhar, desde que o faça e caminhe.

Lembre-se de colocar no “checklist” apenas coisas possíveis de serem realizadas.
Sugiro que coloque apenas uma muito, mas muito difícil de se realizar e siga a lista até chegar a esse objetivo (que deve ficar por último).

Depois de ter visto tudo que conseguiu realizar, este item (o mais difícil) será tirado de letra por você que já conseguiu muito.

É importante não colocar coisas que não será capaz de realizar, pois isto gera frustrações e desânimo.

Coloque apenas coisas que pode realizar e de preferência que dependa apenas de você. Depender do outro para a realização de qualquer coisa é sempre muito complicado, pois depende do ânimo e empenho do outro, o que pode levá-lo a não realização e frustração.

Se houver um item que não conseguiu realizar, não desanime e vá para o próximo.

O maior erro é interromper a lista quando não conseguimos atingir um dos itens; a gente acaba por desanimar e desistir de todo o resto.

Isto é um grande erro e nos levará ao fracasso de todo o resto.

Por exemplo: “Já que não emagreci não vou mais fazer academia”. 

Algumas pessoas acreditam que para começar uma academia é necessário antes perder alguns quilos, mas a academia não é para isto também?

Podemos muito e cada coisa no seu momento e tempo.

Ter um filho por exemplo, não depende apenas da nossa vontade, mas se especializar para um novo emprego ou nova área sim.

Percebe?

Por isto a lista deve ser iniciada do mais fácil e possível. Acrescentaria ainda “o que depende apenas de mim”, para depois começar a complicá-la um pouco e quem sabe envolver mais de uma pessoa.

O tempo de fato passa muito rápido e os dias estão menores, esta é a minha percepção. 
Porém, se não houver planejamento e direcionamento, os dias ficarão ainda menores ou pior do que isto; maiores e sem nenhum sentido de direção ou de existência.

O que quero para este ano?
Quero tudo que me faça feliz.
O que te faz feliz?
Isto é segredo. 

O que me deixa feliz não necessariamente fará o outro feliz também.

Se questione, descubra, liste e execute.

Boa sorte para todos nós e um 2016 repleto de realizações, não importa quais sejam ou quantas sejam, apenas realize-as.

Abraços,

Sandra Bhering
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida




Porque tudo tem um fim...

“O vento que venta aqui, é o mesmo que venta lá.” Baden Powell / Paulo Cesar Pinheiro   Algum tempo venho pensando em escrever para es...