Tenho 49
anos, e a pouco mais de 3 experimentei o melão. Não por vontade própria, mas
porque a fruta fazia parte de um tratamento físico.
Por toda a
minha vida, até então aos meus 46 anos, eu não havia provado o melão por
algumas razões, (por ser sem graça, não ter cor, não me chamar a atenção...)
mas ouvia todos ao meu redor, dizerem que eu não sabia o que estava perdendo.
É, eu não
sabia mesmo...
Quando
finalmente eu precisei comê-lo, tive que reconhecer que por 46 anos eu estive
equivocada com relação àquele assunto (o melão), e me veio o questionamento:
Com quantas outras coisas eu ainda estou equivocada?
Este
questionamento me causou medo - sim, medo. Eu teria que reconhecer várias
outras situações em minha vida, e incluo neles alguns conceitos, que até então
eu julgava estarem corretos.
Mas estavam
corretos?
Ou será que
eu apenas tinha medo de reconhecer que não estavam?
Li algum
tempo atrás e nem tanto tempo assim, que "quem vive de orgulho, morre de saudades".
Percebem o quão profundo isto é em nossas vidas?
Orgulho de
assumir o erro e se manter nele por tempo indeterminado ou até
"terminado".
Medo de
dizer: "ok, eu pensava assim, hoje não mais".
A dificuldade
de recomeçar em um novo caminho, se prende principalmente à necessidade que a
isto se antecipa: Reconhecer que havia um engano na posição anterior. Eu estava
e estive errando.
Mudar, de
fato não é fácil. Experimente fazer um novo trajeto, por exemplo, para chegar
até sua casa. É horrível.
As
dificuldades (desconhecidas, é claro), nos parecem ser mil vezes piores do que
as anteriores (do conhecido).
Enquanto
isso, a vida passa....
É lamentável,
pois isto nos tira o valor maior da possibilidade de evolução humana, papel que
ao que parece ser o fundamental da nossa espécie.
Errar,
acertar, errar novamente e assim por diante...
Podemos
deixar vícios, alterar caminhos, aprender a ser melhor todos os dias, e se não
der certo neste dia, temos ou teremos o outro sempre (ou por um bom tempo), mas
uma coisa é certa: Somos obrigados a evoluir.
A evolução nunca
foi uma opção, mas sim, uma obrigação.
Porém, a
decisão para esta evolução e despertamento é somente nossa. Ninguém poderá
fazer por você ou por mim, aquilo que não desejamos. Por esta razão, é que
muitos tratamentos longos de mudança de comportamento não funcionam; porque o
alvo e centro das mudanças, precisa querer, caso contrário, nada acontecerá.
Será sua a opção.
A felicidade
é fruto de nossa decisão de sermos felizes - e não estou aqui propondo aquelas
frases matinais prontas do tipo "meu dia será maravilhoso porque eu
quero",
"prefiro sorrir" ou "ainda hoje serei
feliz"...
Não é isto.
A mudança
pelo novo; pela alegria de se recomeçar, levando em conta tombos e pesares, é o
que fará sempre a diferença.
Já ouviram a
frase: "Viver o luto"?
Se sim, sabem
do que estou falando, e sabem que não adianta usar estas manobras para enganar
o cérebro. Ele precisa ser convencido a vivenciar a mudança, caso contrário, o
luto nunca passará.
Mudar não
significa desconhecer ou esquecer os valores do passado, mas sim, evoluí-los.
A própria
trajetória da vida é um processo de mudanças, e não se trata de reinventar a
roda, mas sim, de melhorá-la.
Pense nisto.
Se permita e
se prepare, porque deixar o velho e se permitir ao novo, não é, e nunca será
fácil. Porém, é possível e muito
prazeroso.
Abraços!
Sandra Bhering MilateRevisão de Texto: Volfrâmio Almeida
Eu adorei o texto.. tem a ver com meu momento atual e me senti na mesma situação. Quantas vezes julgamos algo que nem ao menos conhecemos.. por achar visualmente que não é bom?? Use os 5 sentidos e experimente tudo sempre... Com consciência e moderação né rsrsrs Bjs e Parabéns
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