segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Depressão – A doença do século




“Segundo o Dr. Dráuzio Varella, a depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves. 

Depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas e etc. 

Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente.”

Doença do século...sem dúvida, e silenciosa.

A pessoa não percebe que está doente, e atribui alguns sintomas da doença ao dia que passou, logo, acredita que a falta de sono, de fome, ou ainda a tristeza, se deve ao desentendimento no trabalho ou a insatisfação com o que se está fazendo.

Ela acaba não enxergando o que de fato está acontecendo, até que depois de muitos e muitos dias, se dá conta que não sente mais fome, sono ou vontade de fazer as coisas que fazia antes e que lhe davam muito prazer.

Se cala, não reclama, não procura mudar por não saber ao certo o que está acontecendo e agrava o quadro.
Em alguns casos foi falta de escolha do caminho inicial, em outros a imposição de uma situação que ela não pode evitar, como o falecimento de um ente querido, por exemplo.

O fato é que o depressivo precisa achar um meio de ter o controle novamente, o controle de tudo; principalmente da vida.

Quando ele acredita que está sendo guiado por outras pessoas, que sua vontade já não lhe pertence mais e que ainda não consegue ver uma forma de sair daquela situação, ele apenas se entrega. 

Pronto!

Teremos aí, um caso grave da doença que é tratável sim, mas que pode levar a pessoa a tomar remédios para o resto da vida, já que depressão não tem cura e é recorrente, pois basta uma única decepção para o depressivo entrar em crise novamente.

 Tirando os casos em que isto é patológico e não temos então como evitar, segundo o Dr Dráuzio, existem casos de depressão patológica.

Tirando estes casos, o que mais vemos hoje em dia (e acredito que o maior número de doentes se encontram nesta faixa) é a depressão adquirida; aquela em que o ser humano se permite levar por uma tristeza que parece não ter fim. Acredita que isto vai mudar ou passar com o tempo e se na ocasião não for percebido, vira um caso grave.

Tristeza com o trabalho, com o relacionamento, com a família e principalmente com si próprio. Não sente prazer em estar consigo mesmo e portanto se isola, o que agrava ainda mais a situação.

Vocês sabem que sou a favor da alegria, do sorriso, da vida leve e azul, mas sabem também que não acredito que todo dia pode ser assim. Nossos dias são sim de lutas e as nossas maiores lutas são contra nós mesmos. 

Estamos sempre buscando “a perfeição”, a felicidade e o prazer. Quando não conseguimos da forma como idealizamos ou achamos que merecemos, o mundo cai. 

Para a maioria de nós, só é mais um dia ruim e amanhã será muito diferente e melhor, porém, para estes 350 milhões de pessoas que sofrem com a doença e o quadro tende a aumentar, aquele pode ter sido o “dia D”.

“Cansei de ser gente grande!”

O quanto estas pessoas sofrem...

Lembram que estamos onde nossa mente está?

Pois é, onde estará então a mente de um depressivo?

Este quadro só tende a aumentar por conta da necessidade da felicidade rápida e urgente. Todos querem ser felizes hoje, se possível agora, e não dá para esperar o amanhã, pois talvez eu já não esteja mais aqui. 

Insegurança e insatisfação.

O mundo hoje é “delivery”: Tudo se pede pela internet, telefone ou aplicativos...menos felicidade de verdade.
Ok, pizza me dá alegria, mas não felicidade.

Além disto, o nosso mercado de trabalho e nossas vidas estão muito competitivas. 

Nas empresas hoje não basta falar inglês; tenho que ser poliglota para ocupar um cargo às vezes abaixo da liderança.

Não basta mais ter um diploma; preciso ter MBA.

Tudo isto leva as pessoas a se exigirem mais, e quando elas não conseguem atender o grau de satisfação imposto pelo outro e não por ela, elas surtam, entram em pane.

Para algumas pessoas é muito difícil reconhecer seus limites e aceitá-los. Na verdade, se o outro consegue eu também consigo. 

Isto não é uma verdade absoluta.

Aceitar nossos limites muitas vezes é se manter saudável.

E como não será possível, fico triste e de triste, depressivo.

Você não precisa ser o melhor dos melhores para ninguém, basta que seja para você e se sinta satisfeito com isto. 

Buscar a satisfação é o melhor caminho para evitar a depressão. 

Não precisa ser o melhor emprego, mas aquele que te dá alegria. 

Não preciso ter a melhor família, mas a minha família. 

Meus amigos não precisam ser os melhores do mundo, mas que sejam meus amigos.

E se não for assim, paciência. 

Manter o controle do que se tem, entender suas limitações e para onde pode ainda ir.

Planejar os próximos passos, acreditar no amanhã e nas coisas boas e também ruins que ele lhe trará, faz parte de uma vida saudável.

Chore, mas não passe o dia chorando ou se passar, acorde inchado no dia seguinte e sorria. Se não der para sorrir, pelo menos não chore de novo e se chorar, não chore mais um dia inteiro.

Entenda que nem tudo que se quer efetivamente se pode ter (como trazer de volta alguém que morreu), mas que podemos tudo aquilo que queremos e que depende apenas de nós; de nossos esforços, estudos, determinação, dedicação e limites.

Ficar doente não é uma opção, mas se curar sim, que além de opção é uma obrigação.

Perceba seus limites...

Mantenha-se saudável e se estiver muito difícil segurar a barra de ser gente grande, peça ajuda...só não desista.

Abraços,
Sandra Bhering Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Porque tudo tem um fim...

“O vento que venta aqui, é o mesmo que venta lá.” Baden Powell / Paulo Cesar Pinheiro   Algum tempo venho pensando em escrever para es...