sexta-feira, 11 de setembro de 2015

As quatro "pragas": fofoca, mau humor, desculpa e preguiça.


Para mudar o comportamento, se faz necessário mudar o pensamento.

Não acredito que existam "pragas" maiores para um relacionamento (profissional ou pessoal), do que estas quatro.

Quem consegue conviver com alguém, que detém ao menos uma destas "pragas"?
E se tiver mais de uma? 

Pense nas quatro juntas: Insuportável. Sim, insuportável, mas em alguns casos somos sim, obrigados a conviver.

Se pensarmos em todas elas de forma isolada, veremos que uma puxa a outra, e que para todas elas, a única forma de mudar, é mudando.

Fofoca

Será que a fofoca é algo genético? Qual será o prazer que uma pessoa encontra em falar mal de uma outra em detrimento de nada? 

Às vezes, a fofoca acontece apenas pelo prazer de se falar mal. Sem vistas a mais nada, mas que pode sim levar à grandes consequências (e aí, entrará a desculpa).
Perder o emprego, romper uma relação de amizade e levar a desconfianças são apenas alguns dos tantos males causados por esta "praga".

Na minha opinião, ela só encontra eco porque tem sempre alguém que quer ouvir, para depois também comentar e dar os créditos a pessoa anterior. 

"Rádio peão". Vocês certamente já ouviram este termo, e sabem bem as consequências que esta "rádio" traz para o ambiente de trabalho.

Quantas pessoas se desmotivam porque ouviram falar que agora será "assim ou assado"?
Quantas reuniões de alinhamento os supervisores têm que fazer para desfazer os boatos desta rádio? Às vezes sem resultado duradouro, porque aquele assunto que gerou a reunião pode ser "solucionado" mas acreditem, em menos de uma semana haverá um outro.

Mas, como acabar com isto?
Será que existe um meio? 

Na minha opinião sim. 

Usar de transparência e manter a "porta sempre aberta" para qualquer tipo de dúvida ou questionamento sobre os assuntos que digam respeito à equipe ou grupo, ou às vezes àquela única pessoa. 

Usar de e-mails diários do tipo "Bom dia, equipe!", acompanhado das novidades (se houver), ou apenas um "Bom dia!" mesmo, com dicas de como ter um dia melhor, e se for possível, um espaço para interação de todos. Deve funcionar.



Mau humor

Na minha opinião, genética também, mas com suas variáveis. 

Eu por exemplo, acordo todos os dias de mau humor - e não me pergunte por quê.
Meu humor melhora muito depois da xícara de café com leite - Ah... me torno "outra pessoa". 

Porém, nem todos são assim. 

O mau humor é constante e parece nunca ter fim, apesar de todas as coisas boas (se é que a pessoa enxergue) que acontecem. 

Em uma empresa em que trabalhei, ouvi de uma pessoa muito querida, que manter a cara fechada da mais credibilidade e respeito ao profissional - claro que discordei e discordo. 

Posso fazer tudo e qualquer coisa muito melhor, e ter resultados melhores, se eu fizer de bom humor. Não preciso reclamar o tempo todo e praguejar para valorizar o meu passe - se é que ele de fato será valorizado assim. 

O mau humor contagia assim como o bom humor, e prefiro estar do lado de pessoas felizes do que de pessoas mau humoradas.

Como resolver ou contornar isto? 

Não sei ao certo, mas sempre que posso, procuro mudar o foco do outro. 
Já aprendi e aprendemos que quem muda o foco é o próprio alvo e nunca o contrário. Então, trabalhar ou viver ao lado de uma pessoa mau humorada é de verdade muito difícil. Possível, mas difícil.

Desculpas

Não gosto muito disto. 

Reconhecer um erro, pedir desculpas e seguir, é uma coisa e algo muito louvável. Porém, quando para tudo se tem uma desculpa, aí muda de figura.

"Não fiz isto porque..."
"Não pude ir porque..."
"Não entreguei o relatório porque..."
"Não bati as metas deste mês porque..." 

Porque e porque...

Sempre uma desculpa para tudo que não conseguiu fazer, e que diga-se de passagem, foi acordado anteriormente. 

Na minha modesta percepção, este caso é claro que estamos falando de falta de comprometimento. 

Como apostar ou acreditar em alguém que para tudo tem uma desculpa, e nunca uma sugestão ou proposta de melhoria?

"Ok, não bati as metas porque são inviáveis. Sugiro uma revisão e pensei aqui em uma estratégia". 

Diferente, não é? 

Neste caso é comprometimento e profissionalismo.

Preguiça

Um dos sete pecados capitais.

Quando as pessoas vão entender que trabalhar dignifica a vida? 

Quando vão perceber, que não existe prazer maior do que o de poder trabalhar? 

Até que isto aconteça, (se acontecer) vão sair por ai reclamando de tudo, de todos e com a preguiça "maior do que elas mesmas".

Preguiça de fazer e até de pensar, e acreditem: Não tem curso, palestra ou imersão sobre motivação que possa ajudar uma pessoa, que tem preguiça de viver.

"Vou deixar para amanhã esta tarefa, porque hoje não quero fazer".

Ok, isso todo mundo diz, disse ou dirá um dia, mas, deixar a vida para amanhã porque hoje não tenho disposição para fazer, é muito triste.

Os jovens de hoje nascem com preguiça, e o mais irônico disto, é que hoje as facilidades são muito maiores do que no meu tempo, por exemplo. 

Pesquisa de escola eu fazia na biblioteca da escola ou da prefeitura. O trabalho era escrito em folha de papel almaço com capa e tudo, e me esmerava para tirar uma boa nota. 

Hoje, todo o trabalho de escola ou faculdade é feito pela internet. 

Daqui a algum tempo (e nem precisaremos ir tão longe), o aluno vai passar apenas o link para os professores, e estes, vão acabar aceitando por várias razões (assunto que será tema de um próximo artigo). 

Ainda assim, com toda esta facilidade ou quem sabe até por conta dela, é que encontramos pessoas morrendo pelo caminho. 

Morrendo de preguiça, de falta de vontade, de falta de coragem...

Para quem tem preguiça, qualquer atividade dada em uma empresa será um fardo.

Mas para todas estas pragas mencionadas e interligadas, existe sim, uma formula ou uma cura: A mudança do pensamento. 

A criação e objetivação de metas, a crença em algo maior - e este maior não precisa ser a presidência do nosso país, ok? 

Basta querer ter alguma coisa além do que se tem. 

Mas, antes disso tudo, bem antes de se respeitar, é preciso que se tenha em mente o respeito pelo outro. Respeito por suas convicções e crenças. 

Só a partir disto, desta consciência sobre o outro, é que terei em mim o início da mudança.

Para se mudar o comportamento, se faz necessário mudar o pensamento.

Boa sorte e paciência para todos nós.

Abraços,
Sandra Bhering Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida




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