quarta-feira, 16 de setembro de 2015

As voltas que o mundo dá...

 “Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: Dar voltas. ”

José Saramago

Quem trabalha em "Call Center", e especialmente quem já passou por mais de um, saberá do que estou falando.

Neste mundo tão grande e ao mesmo tempo tão pequeno, não é raro encontrarmos pessoas com quem trabalhamos há alguns anos. Isto porque neste seguimento a rotatividade é alta, viciante, e naturalmente encontremos com pessoas de várias outras empresas em que trabalhamos.

Vivo dizendo que a porta de saída é muito mais importante do que a de entrada; porque entrar todo mundo entra de um jeito, ou de outro. 

Para sair, é preciso ter conquistado no mínimo respeito. Respeito este que certamente abrirá outras portas. Acreditem.

O mundo dá muitas voltas, e ninguém pode garantir que os que estão hoje no topo da pirâmide, não desçam para a base dela - ou o contrário.

Tratar a todos com o mesmo respeito e ter o mesmo olhar, não é apenas uma questão de educação, mas antes, de respeito com o outro e com sua história de vida, seja pessoal ou profissional.

Já ouviu dizer que podemos avaliar uma pessoa pela forma como ela trata um garçom, por exemplo? 

Sim, isso é possível.

Se uma pessoa não souber respeitar um trabalhador, certamente não saberá respeitar mais ninguém. Agirá sempre com a intenção de ganhar pontos, de se favorecer; de levar a melhor.

É impossível crer que alguém que trata mal uma pessoa de um cargo "inferior", respeitará seu par, ou seu superior. 

Ele de verdade o "engolirá", para poder se manter na empresa por um tempo maior.
Ok, eu entendo as regras de "sobrevivência" e não acredito que sair por ai dando "socos e pontapés a torto e a direito" trará algum resultado ou será eficiente. 

Entendo também, que existam sim algumas políticas; porém, elas nunca poderão se sobrepor ao respeito. Nunca.

E é verdade, acreditem.

Minhas primeiras amizades nas empresas em que trabalhei, foram com quem fazia o café ou limpava o ambiente. 

Depois, e só depois fazia amizade (se fosse possível) com os outros.
Não faço isto de caso pensado.

Faço porque sou assim: respeito cada profissional e pessoa que passa por minha vida e minha trajetória.

Se o mundo dá voltas?
Sim, dá. 

Pode ser que um dia eu sirva o café, ou varra o chão (o que não é nenhum demérito) e pode ser que este que hoje serviu o meu café, venha a ser a pessoa para quem irei servir. 

Simples assim.

Já encontrei trabalhando em novas empresas, antigos supervisores que hoje desempenham outros cargos (atendentes, coordenadores, diretores...).  Se me indisponho ou crio situações impeditivas, eu jamais conseguiria entrar em uma nova empresa. 

Mas entendam, não estou falando de "puxar o saco"; estou falando de respeito.

Temer as voltas do mundo na minha opinião, nada mais é do que entender que não estamos sós e nem fixados a ponto algum. 

Que nossa posição é cíclica e que pode e deve alterar a qualquer momento; seja para baixo, para os lados ou para cima.

Respeitar, além de ser uma virtude de valor inestimável, é uma forma de garantir, sem "puxa-saquismo", que outras portas se abram para você.

“Por mais voltas que o mundo dê, um dia todos nós iremos nos encontrar em algum ponto.
Um ponto pacífico, onde estaremos falando a mesma língua, bebendo o mesmo vinho, contando nossas histórias e rindo, um riso leve e sincero.
Assim, estaremos prontos para percorrer juntos este longo caminho; em que simplesmente falamos de nossos dias, vendo o futuro com olhos livres. ”
Charles Chaplin
Pense nisso.

Abraços!
Sandra Bhering Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida

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