terça-feira, 15 de setembro de 2015

O Suicídio do "Mundo Real".




"A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, diz OMS. Entre jovens de 10 a 24 anos, esta é a segunda maior causa de morte." - Revista Época

"Uma pessoa morre vítima de suicídio a cada 45 minutos no Brasil." - Diário de Pernambuco 

Semana passada assisti a uma reportagem sobre suicídio, cuja manchete era: "A cada 45 minutos, um jovem tira a própria vida no Brasil".

Alarmante, assustador e terrível.

Segundo a psicóloga que foi entrevistada, os jovens atentam contra a própria vida porque não acreditam que vão morrer, e que simplesmente acham que vão acordar depois do ato.

Isto me leva a pensar no que eles pensam e no que de fato acreditam. 

Na minha modesta opinião (e não sou psicóloga), muito disto (salvo guardando alguns outros interesses e motivos) se deve ao nosso "mundo virtual", onde tudo é possível mesmo depois de se autodestruir .

Estudos não tão recentes, mostram que o uso do "video game" não faz uma pessoa se tornar alienada. 

Concordo em partes, pois acredito que existam exceções à regra.

Não estou tentando achar a razão para estes suicídios. 

Estou apenas tentando entender por que jovens entre 10 e 24 anos atentam contra a própria vida, como se ela não tivesse mais nenhum sentido ou importância. 

Em qual momento perderam a vontade de viver a realidade? 

Será de fato que o "mundo virtual" contribuiu para isto?

Será que houve em algum momento a sensação ou percepção de que era apenas um jogo, e que depois da derrota ganhariam um novo "life"?

Um pai entrevistado naquela reportagem, disse que é muito ruim saber que a filha preferiu morrer, a ter que viver com ele e com a família.
Ele sente-se impotente e vai sentir-se assim pelo o resto da vida, porque infelizmente não terá terapia que resolva tal problema (o não entendimento das necessidades da filha de 18 anos) e irá cobrar-se todos os dias por não ter percebido, por não ter visto, por não ter falado...

Mas, será que ele não já fazia isto o tempo todo? 

Será que ele não preservou a filha e seus "direitos", quando ela se trancava no seu mundo virtual, entre jogos, bate papos e redes sociais? 

Será que na intenção de fazê-la feliz, ele não estava contribuindo para a infelicidade?
Acredito que aquele pai, por muitas e muitas vezes chamou a filha para almoçar, para perguntar como foi o seu dia e tentar interagir, mas na agitação do dia a dia, talvez não tenha tido tempo o bastante.

A busca incessante por prazer (e não me refiro aqui ao sexual, mas a tudo que dê prazer), leva o jovem a usar cada vez mais o mundo virtual como fonte deste, que acredita não existir além da tela do celular ou computador.

Mas, será que quem inventou a internet tinha isto em mente?

A separação das pessoas, o isolamento e a troca de um mundo de verdade por um de mentira?

Tenho certeza que não.

O que precisamos nos atentar, é com o uso abusivo do virtual, porque os jovens, preferem viver em um "mundo de mentira” do que entre pessoas "de verdade".
Penso que o uso moderado da rede e das tecnologias, será de muita valia na carreira profissional, além de ser uma forma de entretenimento.

Posso jogar vídeo game?
Claro que sim, mas não o dia ou a noite toda.

Posso conhecer pessoas pelas redes sociais?
Posso, mas não posso perder o calor confortante do abraço, o sabor de um beijo, as emoções de um encontro...

Caso contrário, talvez eu venha a ser o próximo jovem a atentar contra a própria vida, deixando os pais e próximos, sem nenhuma resposta ou indícios do que o levou a fazer isto.

Nada contra a internet e seu uso sadio, consciente e moderado.

Flores, beijos, e chocolates virtuais?

Isso tudo existe, e tem cheiros e sabores deliciosos.

Viva o que pode ser sentido e saboreado.




 Abraços!

Sandra Bhering Milate
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida


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