"A cada
40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, diz OMS. Entre jovens de 10 a
24 anos, esta é a segunda maior causa de morte." - Revista Época
"Uma
pessoa morre vítima de suicídio a cada 45 minutos no Brasil." - Diário
de Pernambuco
Semana
passada assisti a uma reportagem sobre suicídio, cuja manchete era: "A
cada 45 minutos, um jovem tira a própria vida no Brasil".
Alarmante,
assustador e terrível.
Segundo a
psicóloga que foi entrevistada, os jovens atentam contra a própria vida porque
não acreditam que vão morrer, e que simplesmente acham que vão acordar depois
do ato.
Isto me leva
a pensar no que eles pensam e no que de fato acreditam.
Na minha
modesta opinião (e não sou psicóloga), muito disto (salvo guardando alguns
outros interesses e motivos) se deve ao nosso "mundo virtual", onde
tudo é possível mesmo depois de se autodestruir .
Estudos não
tão recentes, mostram que o uso do "video game" não faz uma pessoa se
tornar alienada.
Concordo em
partes, pois acredito que existam exceções à regra.
Não estou
tentando achar a razão para estes suicídios.
Estou apenas
tentando entender por que jovens entre 10 e 24 anos atentam contra a própria
vida, como se ela não tivesse mais nenhum sentido ou importância.
Em qual
momento perderam a vontade de viver a realidade?
Será de fato
que o "mundo virtual" contribuiu para isto?
Será que
houve em algum momento a sensação ou percepção de que era apenas um jogo, e que
depois da derrota ganhariam um novo "life"?
Um pai
entrevistado naquela reportagem, disse que é muito ruim saber que a filha
preferiu morrer, a ter que viver com ele e com a família.
Ele sente-se
impotente e vai sentir-se assim pelo o resto da vida, porque infelizmente não
terá terapia que resolva tal problema (o não entendimento das necessidades da
filha de 18 anos) e irá cobrar-se todos os dias por não ter percebido, por não
ter visto, por não ter falado...
Mas, será que
ele não já fazia isto o tempo todo?
Será que ele
não preservou a filha e seus "direitos", quando ela se trancava no
seu mundo virtual, entre jogos, bate papos e redes sociais?
Será que na
intenção de fazê-la feliz, ele não estava contribuindo para a infelicidade?
Acredito que
aquele pai, por muitas e muitas vezes chamou a filha para almoçar, para
perguntar como foi o seu dia e tentar interagir, mas na agitação do dia a dia,
talvez não tenha tido tempo o bastante.
A busca
incessante por prazer (e não me refiro aqui ao sexual, mas a tudo que dê prazer),
leva o jovem a usar cada vez mais o mundo virtual como fonte deste, que
acredita não existir além da tela do celular ou computador.
Mas, será que
quem inventou a internet tinha isto em mente?
A separação
das pessoas, o isolamento e a troca de um mundo de verdade por um de mentira?
Tenho certeza
que não.
O que
precisamos nos atentar, é com o uso abusivo do virtual, porque os jovens,
preferem viver em um "mundo de mentira” do que entre pessoas "de
verdade".
Penso que o
uso moderado da rede e das tecnologias, será de muita valia na carreira
profissional, além de ser uma forma de entretenimento.
Posso jogar
vídeo game?
Claro que
sim, mas não o dia ou a noite toda.
Posso
conhecer pessoas pelas redes sociais?
Posso, mas
não posso perder o calor confortante do abraço, o sabor de um beijo, as emoções
de um encontro...
Caso
contrário, talvez eu venha a ser o próximo jovem a atentar contra a própria
vida, deixando os pais e próximos, sem nenhuma resposta ou indícios do que o
levou a fazer isto.
Nada contra a
internet e seu uso sadio, consciente e moderado.
Flores,
beijos, e chocolates virtuais?
Isso tudo
existe, e tem cheiros e sabores deliciosos.
Viva o que
pode ser sentido e saboreado.
Abraços!
Sandra
Bhering Milate
Revisão de
Texto: Volfrâmio Almeida
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