quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A Ansiedade

O termo "ansiedade" tem várias definições nos dicionários não-técnicos como: aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, falta de controle da situação, entre outros.

Enquanto a depressão nos prende ao passado, a ansiedade por sua vez nos remete ao futuro.

Enquanto a depressão causa tristeza, medo, saudades e angústias, a ansiedade nos causa quase os mesmos sintomas, porém, ligados ao futuro; o que ainda não se viveu e talvez não se viverá.

Consequentemente, fica impossível viver o presente em qualquer uma das duas situações.
 
Devemos entender a ansiedade como um fenômeno que ora nos beneficia, ora nos prejudicam.

Dependendo das circunstâncias ou intensidade, pode tornar-se patológico, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (físico).

A ansiedade pode estimular o indivíduo a entrar em ação, porém em excesso, pois um indivíduo ansioso faz exatamente o contrário do que deveria fazer, logo, impedindo reações e se tornando apático e medroso.

Além deste tipo de ansiedade (que acredito ser conhecida por muitos), temos também a “ansiedade social”, que por sua vez é pouco conhecida, e consequentemente a mais negligenciada.

Mas, o que é a “ansiedade social”?

Tendo na sua forma mais severa a “fobia social”, é qualquer situação na qual uma pessoa na presença de outras e que precise interagir com as mesmas, se sinta o foco de atenção ou que acha que poderá ser reparada por outra.

Para quem sofre desse tipo de ansiedade, qualquer exposição gera um nervosismo ou desconforto, habitualmente devido ao medo que a pessoa tem de poder fazer alguma coisa que possa ser embaraçoso, ridículo, ou que possa causar uma má impressão.

Há até quem se sinta muito desconfortável em situações pessoais, como um almoço em família por exemplo.

Em qualquer um dos casos, ou melhor, em qualquer caso, a pessoa ansiosa deixa de dormir, comer, e sente suas mãos frias até que o momento passe.

Além ser a mais comum, é  também na minha opinião a mais fácil de ser tratada, porque assim que o evento acontece a ansiedade se vai com ele.

Saudável, desde que passe.

Porém, a ansiedade gerada por qualquer situação ou pensamento que leve ao desconforto e ao medo exagerado, buscando encontrar alivio apenas quando se tem o controle da situação, é a que pode não acontecer.

Esta forma é a mais complicada de ser tratada, e para tal, é preciso tratamento à base de medicamentos ou terapias, e em alguns casos, a associação dos dois podendo assim levar à dependência.

O correto na minha opinião, porém não tão simples assim, é o entendimento do que se está acontecendo.

Ter a percepção e a certeza de que não podemos controlar nada e nem ninguém, pois viver buscando sempre estar um passo à frente do que quer que seja, além de desumano é impossível.

Prever e se precaver para algumas situações é sábio, mas querer deter o controle de tudo é insano.

Não conseguimos dizer o que vamos jantar esta noite, o que dirá o que vai acontecer amanhã.

Podemos planejar, sonhar... Isto é saudável e esperado de nós, porém, não podemos tentar controlar acontecimentos.

Podemos também (como eu disse em alguns outros textos), tentar até o último momento. Mas,  para entendermos o último momento, precisamos estar no presente, não no passado ou futuro.

A ânsia em demasia, se não tratada, pode levar uma pessoa ao isolamento na sua parte mais negativa, pois impedirá o indivíduo de agir.

Alguns sintomas mais expressivos da ansiedade são: Tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar); sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; preocupações exacerbadas com saúde, dinheiro, família ou trabalho; medo extremo de algum objeto ou situação em particular; medo exagerado de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade; e pavor depois de uma situação muito difícil.

Tudo isto pode ser tratado.
 
O ideal é descobrir o que se tem, o que ocasionou, e a partir daí mover-se para a cura.

Sou ansiosa...e não é nada fácil. Mas assim como todo mundo que descobre que é ou apenas está ansioso, estou também buscando a minha ajuda; na verdade, a minha cura.

Boa sorte para todos nós!

Abraços,
Sandra Bhering Milate
Revisão de texto: Volfrâmio Almeida

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Porque tudo tem um fim...

“O vento que venta aqui, é o mesmo que venta lá.” Baden Powell / Paulo Cesar Pinheiro   Algum tempo venho pensando em escrever para es...