Deixar ir... Desapego

Ô coisa difícil, mesmo quando o fato não é dos melhores...

Porque será que nós temos o hábito nada saudável de guardar em nós e em nossas gavetas tudo -  tudo mesmo.

Não conseguimos nos livrar de quase nada, ainda seja que ruim e sem sabor.

Aquela calça que nunca mais vai te servir...

Aquele sapato ...

Aquela lembrança...

Aquele momento....

E como é sofrido o momento da limpeza, da organização, da arrumação...

O que deve ser mantido e o que passou da hora de se jogar fora?

Será mesmo que passou da hora de se livrar, ou será que se consertarmos aqui, ajeitarmos ali ainda tem jeito e utilidade?

Como é sofrível...

Praticar o desapego não é fácil, nunca foi e nem será... mas é preciso.

Será que nossa resistência se deve as lembranças das alegrias e aprendizados que tivemos até ali, porque eu não acredito que tenhamos um apreço pelo sofrimento.

Ou temos?

Alguns de nós tem medo da “faxina” por achar que os aprendizados serão postos para fora assim como os motivos que os levou até ali.

Ontem assisti um filme (recomendação de uma amiga), que falava sobre a necessidade de se equilibrar e viver tudo dentro de suas devidas proporções e tamanhos... Comer, Rezar e Amar, muito legal, mas nada que mude sua vida para sempre, e nem pode ser assim, não deve existir na vida e nem poderia, algo externo que mude radicalmente as coisas em que acredita ainda que sejam doloridas.

Deixar ir, significa em alguns casos abrir mão do que foi muito bom e em alguns casos ainda é, porque não se tem ainda a dimensão e certeza que deixou de ser bom. Por isto tão difícil.

As vezes se tem medo de perder as lições aprendidas a duras penas com aquela situação.

Saudades... medos... alegrias...dores... prazeres... tudo junto no mesmo balaio e misturado em um ser humano que é muito, mas muito importante. Você...

Sorrir quando não se quer, mas quando se precisa, ter vontade de chorar dias sem parar e não parar até que a dor se acabe.

Ela vai acabar, isto é fato - Isso também vai passar (lembra?).

Mas até lá sofra o luto de cada situação, enterre os seus mortos, jogue fora suas calças e sapatos que não lhe servem mais...

Compre novas calças e sapatos...

Coisas boas estão a caminho...se permita.

Esvazie suas gavetas e armários...

Esvazie-se para poder tê-las.

Abraços,

Sandra Bhering Milate