“Seja
perseverante, mas ao chegar no limite pare de insistir. ”
Stephem
Beltrão
Gostaria de
começar provocando uma reflexão sobre quais são os seus limites.
Me fiz a
mesma pergunta e descobri que não tenho, ou se tenho, não os respeito.
Deixe-me
melhorar isto: Respeito os limites de todos em suas convicções, limitações
impostas pela forma de ser educado, por região, religião, gosto e qualquer
coisa que os valha.
Respeito de
verdade.
Não
ultrapasso os limites impostos por estas pessoas em nenhuma situação, a não ser
que eu perceba que o limite é antes um pedido de "Me ajude. Ultrapasse e
me provoque uma reação qualquer". Porque em alguns casos é esta a
solicitação feita nas entre linhas por algumas pessoas, até por nós mesmos se
pararmos para pensar em algumas situações não vividas até o fim.
Não
ultrapasso o limite de velocidade, por exemplo. Não por medo de ser multada (e
haja multa em São Paulo), mas antes, porque há alguma razão para esse limite
existir.
Mas quando
falo dos meus limites (não os físicos), percebo que não os tenho.
Sempre acho
que posso muito mais do que realmente posso.
Meus limites
estão ligados diretamente à minha vontade de realização de qualquer coisa.
Ligados ao
meu desejo de fazer, ainda que não seja a melhor opção.
Sabe aquele
ditado: "Se arrependa por ter feito, mas nunca por deixar de fazer"?
Pois é... É
bem a minha cara.
Mas, não
necessariamente seguirei essa linha, principalmente quando se trata de algo que
possa colocar a minha vida em risco, apenas para testar os meus limites. Como
tirar um "racha" na marginal (o que é crime), por exemplo.
Ter limites é
antes, regra de convivência; o meu direito acaba quando começa o seu limite.
Coisas
básicas dentro de uma relação interpessoal; como o mau uso do celular, o som
alto, a falta de educação ao se falar, a forma de se vestir e de se portar em
vários lugares como se estivesse em casa de pijama e meias...
Tudo isso
deve ter limites, caso contrário a convivência seria impossível.
Mas quando a
minha liberdade não incomoda ou atrapalha ninguém, devo praticá-la até para
provocar em mim a minha linha de limite; o meu "peso" e minha
"régua".
E não ter não
significa sair por aí fazendo qualquer coisa, ok?
Conheço uma
pessoa muito querida, que adora dar "pane" no celular, só para vê-lo
ressuscitar.
Ele diz que a
sensação do frio na barriga que sente sem saber se vai dar certo ou não é
maravilhosa e melhor ainda quando dá certo. A agonia de não saber até
acontecer...
Limites.
Saudáveis...provocativos...e
que impulsionam.
Até onde
podemos chegar?
Ou, até onde
queremos chegar?
Limite é
escolha e ao escolher se exclui algo.
"Nossas
escolhas e a falta de limites em alguns casos, definiram o nosso
'caráter'."
Não acredito
que essa citação seja uma verdade absoluta, mas é como a sociedade a qual
vivemos e estamos inseridos, nos enxergará.
Façam suas
escolhas, rompam seus limites e assumam o que de bom ou ruim vier.
Na minha
modesta opinião, só virão coisas boas.
Como o
aprendizado, por exemplo, e com ele, a satisfação de ter feito e aprendido
mesmo que tenha errado.
Abraços,
Sandra
Bhering Milate
Revisão de
Texto: Volfrâmio Almeida
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