O que falamos
de fato é comunicação?
Conseguimos com palavras passar a mensagem que
realmente gostaríamos?
Quando
falamos com alguém, todo um conjunto de fatores (palavras, voz, tom, expressão
facial, gestos...), leva ao resultado e somos responsáveis por nos fazer
entender com todo este conjunto de informações. Ainda assim, nem sempre
conseguimos obter o melhor resultado.
Costumo dizer
que não é o que falamos que importa e sim a forma com que falamos, o tom dará o
resultado final, ou pelo menos "lapidar".
Isto porque
cada um de nós, tem suas limitações de entendimento, e nem sempre o que é claro
para um será para o outro.
Em uma
comunicação, a responsabilidade de entendimento da mensagem está com quem a
transmite, no entender o público para o qual se fala e usar palavras e exemplos
que façam sentido àquele público.
Não podemos
por exemplo, usar termos técnicos com pessoas que são leigas no assunto, mas
podemos e devemos introduzir estes termos para que comecem a fazer sentido nas
próximas comunicações.
Precisamos
entender o público.
Falhas de
comunicação acontecem o tempo todo, porque julgamos que o outro certamente
entenderá o que queremos dizer, por ser simples e fácil o conteúdo (para nós,
não para eles) e não nos preocupamos em explicar muito ou usar de termos que
façam mais sentido do que outros. Acreditamos que o tempo de convivência nos
dará o resultado esperado, e pensamos: "Já trabalhamos tanto tempo juntos"
ou "Já estamos a tanto tempo juntos, ele vai entender", e mais uma
vez, falhamos em nossa comunicação e entendimento. E pior do que errar, é
esperar que o outro acerte.
Já ouvimos
muito o termo "falar com os olhos", principalmente dos mais velhos, que
diziam: "bastava meu pai olhar pra mim, que eu já sabia o que iria
acontecer depois que a visita fosse embora". Não era o olhar que
transmitia a mensagem, mas a "cara feia" que o pai fazia. É uma forma
de comunicação não-verbal que funciona, mas nem todos têm a percepção da
mensagem, já que é preciso muita afinidade para se fazer entender apenas com o
olhar (e vamos combinar; é melhor falar).
Precisamos
ser tolerantes com o outro e reconhecer em nós que nem sempre somos claros e às
vezes é preciso mesmo desenhar, não para o outro, mas para nós mesmos.
Se falando,
usando todos os recursos dos gestos, tom, palavras e expressões faciais, nem
sempre conseguimos o nosso melhor, imagine quando a comunicação é escrita?
Quando
precisamos orientar um grupo através de um e-mail, o que foi entendido
por um, não necessariamente foi ou será entendido pelo outro.
Haja visto
que no mundo corporativo sempre que um e-mail com orientações ou
resoluções é enviado, uma ligação ou uma reunião acontece, ou às vezes o contrário:
"conforme foi dito em reunião (ou por telefone), segue o que foi
definido", e ainda assim, às vezes não da tão certo.
A escrita não
carrega o peso e nem a importância do TOM da voz. Ter cuidado com o que se
escreve, e preferir sempre a voz, a reunião, e o telefone. Se isso não for
possível, use de forma contida as palavras escritas. Seja muito claro e
objetivo, sem perder a cordialidade e sutileza mesmo quando o TOM do contexto
for de comando ou o pedido.
Tive uma
professora na faculdade que dizia sempre: "não enrole muito para responder
a prova. Quanto mais palavras, mais errada vai ficando a resposta. Sejam
objetivos: sim ou não, e exemplos, poucos. Um acaba invalidando o outro."
Nunca me
esqueci disto, e lembro sempre que vejo pessoas prolixas, que perdem o objetivo
com tantas explicações que não explicam nada, pois o foco se perde em meio à
tantas palavras. É uma comunicação que cansa.
Proponho com
este texto simples, apenas uma reflexão: Será que estamos de fato nos
comunicando? Estamos nos fazendo entender? Será que nossos resultados não estão
sendo alcançados por conta da falta de comunicação correta e para o público
correto? E eu, será que eu consegui me fazer entender?
Será?
Abraços,
Sandra Milate
Revisão de
Texto: Volfrâmio Almeida
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