terça-feira, 3 de novembro de 2015

O Aborto

Quero começar este texto, deixando claro duas coisas: Primeiro que não existe aqui conotação ou tendência religiosa para qualquer religião.

Segundo, que sou contra o aborto e esta é apenas a minha opinião, passível, e espero que seja de críticas.

Dito isto, seguimos...

Alguém aqui acredita que o ser humano já tem vida no momento da concepção?
Que no exato momento da junção entre o óvulo e o espermatozóide, o ser que será humano já existe?

Se sim, interromper esta vida não seria um crime?

Não seria a mesma coisa que matar uma criança de um ano ou um adulto de cinquenta?

Lembra da “fé na vida”?
Pois então, cadê a fé na vida quando se aborta um ser?

O aborto é permitido em três situações: Quando há risco de vida para a mãe, quando a criança é fruto de um estupro ou quando o feto é anencéfalo (sem cérebro).

Se acreditarmos na vida (como devemos acreditar), se acreditarmos em uma força muito superior que nos guia e rege nossas vidas, e além disto no destino, será mesmo que dar a luz a uma criança em qualquer uma destas três situações seria errado?

Será que não existe toda uma história já escrita para todos nós?

Eu acredito em destino (e já disse isto antes em várias situações), mas não naquele destino em que eu cruzo os braços e espero que tudo se resolva. Neste não.

Porém, acredito naquele em que certas situações e grandes eventos eu terei que passar e ninguém o fará por mim.

Se acreditamos no grande regente de nossas vidas (Deus), não podemos deixar de crer que nada acontece nesta vida se não houver a permissão e o planejamento do mesmo, sendo assim, acredito que mesmo que seja fruto de um estupro por exemplo, não deveria ser abortado só por conta da forma como foi concebido.

Isto é, se a mãe estiver “confortável” sobre a ideia de dar a luz a uma criança que ela não planejou, mas que foi planejada para a vida dela.

Fácil não deve ser, nem de longe me coloco no lugar de uma mulher nesta situação, mas entendo que deve haver e haverá uma finalidade para isto.

Lembro-me agora de um caso verídico de um homem aidético (não apenas soropositivo, mas com AIDS efetivamente), que engravidou a esposa.

O curioso foi o fato de nem a esposa, e nem o bebe contraíram a doença - tampouco foram infectados pelo vírus.

Como podemos explicar isto?
E ela, por que não foi infectada?

Ela poderia abortar o filho pressupondo que ele teria a doença (que ainda não tem cura, apesar dos controles), mas não o fez.

Se buscarmos pela lógica, não teremos resposta, mas se acreditarmos no regente maior, tudo estará explicado.

A AIDS não era prova para esposa e filho e sim apenas para o marido.

Nossa Sandra, vai me dizer que acredita em Papai Noel?
Sim, eu acredito. Mas não se trata disto.

Acredito que nada neste mundo acontece sem ter um propósito.

Ter um filho, gerar uma vida, não é coisa simples que acontece com todas as mulheres, pois nem todo mundo pode ter um filho, por vários fatores.

O principal é por não fazer parte da história destas mulheres, a gravidez e maternidade gerada (o que não quer dizer que não possam ser mães de filhos não gerados e paridos por elas).

Neste sentido, entra mais uma vez a ação do ser maior; crianças que são abandonadas, pois em sua história haveria o abandono como forma de evolução, e são adotadas por mães que não podem gerar.

Começa a fazer sentido?

Talvez para quem acredite que não estamos sós em nenhum momento da vida e nem de longe atuamos de forma individual.

Ouvi em certa ocasião que Deus não faz milagres porque dá muito trabalho reorganizar a vida de todos os envolvidos, e quando penso nisto entendo a grandiosidade de tudo.

Qualquer ato ou ação nunca envolverá apenas uma pessoa, mas sim o grupo e às vezes, até mais de um grupo.

O nascimento de uma criança, como a morte de uma pessoa, mexe com as estruturas de no mínimo duas famílias, e às vezes muito mais do que isto.

Desculpem-me as mulheres que acham que são donas de seus corpos e por isto fazem o que querem com eles, pois elas podem até serem donas dos corpos, mas jamais das vidas geradas através dele e tampouco dos destinos para cada ser gerado.
Continuo achando que estamos onde nossas mentes nos colocam, e fazemos exatamente aquilo que acreditamos. Neste sentido, somos todos culpados e inocentes ao mesmo tempo, por conta da falta de conhecimento ou liberdade para conhecer outras formas de se pensar ou viver.

O conhecimento liberta?
Nossa...e como!

Quando entendemos as razões pelas quais nos movimentamos, além de seguirmos com mais segurança e confiança, ainda fazemos com maior alegria.

Se permita pensar em outras formas e meios.

E acima de tudo, liberte-se!

Abraços,

Sandra Bhering
Revisão de Texto: Volfrâmio Almeida



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