Quero
começar este texto, deixando claro duas coisas: Primeiro que não existe aqui
conotação ou tendência religiosa para qualquer religião.
Segundo, que
sou contra o aborto e esta é apenas a minha opinião, passível, e espero que
seja de críticas.
Dito isto,
seguimos...
Alguém aqui
acredita que o ser humano já tem vida no momento da concepção?
Que no exato
momento da junção entre o óvulo e o espermatozóide, o ser que será humano já
existe?
Se sim,
interromper esta vida não seria um crime?
Não seria a
mesma coisa que matar uma criança de um ano ou um adulto de cinquenta?
Lembra da
“fé na vida”?
Pois então,
cadê a fé na vida quando se aborta um ser?
O aborto é
permitido em três situações: Quando há risco de vida para a mãe, quando a
criança é fruto de um estupro ou quando o feto é anencéfalo (sem cérebro).
Se
acreditarmos na vida (como devemos acreditar), se acreditarmos em uma força
muito superior que nos guia e rege nossas vidas, e além disto no destino, será
mesmo que dar a luz a uma criança em qualquer uma destas três situações seria
errado?
Será que não
existe toda uma história já escrita para todos nós?
Eu acredito
em destino (e já disse isto antes em várias situações), mas não naquele destino
em que eu cruzo os braços e espero que tudo se resolva. Neste não.
Porém,
acredito naquele em que certas situações e grandes eventos eu terei que passar
e ninguém o fará por mim.
Se
acreditamos no grande regente de nossas vidas (Deus), não podemos deixar de
crer que nada acontece nesta vida se não houver a permissão e o planejamento do
mesmo, sendo assim, acredito que mesmo que seja fruto de um estupro por
exemplo, não deveria ser abortado só por conta da forma como foi concebido.
Isto é, se a
mãe estiver “confortável” sobre a ideia de dar a luz a uma criança que ela não
planejou, mas que foi planejada para a vida dela.
Fácil não
deve ser, nem de longe me coloco no lugar de uma mulher nesta situação, mas
entendo que deve haver e haverá uma finalidade para isto.
Lembro-me
agora de um caso verídico de um homem aidético (não apenas soropositivo, mas
com AIDS efetivamente), que engravidou a esposa.
O curioso
foi o fato de nem a esposa, e nem o bebe contraíram a doença - tampouco foram
infectados pelo vírus.
Como podemos
explicar isto?
E ela, por
que não foi infectada?
Ela poderia
abortar o filho pressupondo que ele teria a doença (que ainda não tem cura,
apesar dos controles), mas não o fez.
Se buscarmos
pela lógica, não teremos resposta, mas se acreditarmos no regente maior, tudo
estará explicado.
A AIDS não
era prova para esposa e filho e sim apenas para o marido.
Nossa
Sandra, vai me dizer que acredita em Papai Noel?
Sim, eu
acredito. Mas não se trata disto.
Acredito que
nada neste mundo acontece sem ter um propósito.
Ter um
filho, gerar uma vida, não é coisa simples que acontece com todas as mulheres,
pois nem todo mundo pode ter um filho, por vários fatores.
O principal
é por não fazer parte da história destas mulheres, a gravidez e maternidade
gerada (o que não quer dizer que não possam ser mães de filhos não gerados e
paridos por elas).
Neste
sentido, entra mais uma vez a ação do ser maior; crianças que são abandonadas,
pois em sua história haveria o abandono como forma de evolução, e são adotadas
por mães que não podem gerar.
Começa a
fazer sentido?
Talvez para
quem acredite que não estamos sós em nenhum momento da vida e nem de longe
atuamos de forma individual.
Ouvi em
certa ocasião que Deus não faz milagres porque dá muito trabalho reorganizar a
vida de todos os envolvidos, e quando penso nisto entendo a grandiosidade de
tudo.
Qualquer ato
ou ação nunca envolverá apenas uma pessoa, mas sim o grupo e às vezes, até mais
de um grupo.
O nascimento
de uma criança, como a morte de uma pessoa, mexe com as estruturas de no mínimo
duas famílias, e às vezes muito mais do que isto.
Desculpem-me
as mulheres que acham que são donas de seus corpos e por isto fazem o que
querem com eles, pois elas podem até serem donas dos corpos, mas jamais das
vidas geradas através dele e tampouco dos destinos para cada ser gerado.
Continuo
achando que estamos onde nossas mentes nos colocam, e fazemos exatamente aquilo
que acreditamos. Neste sentido, somos todos culpados e inocentes ao mesmo
tempo, por conta da falta de conhecimento ou liberdade para conhecer outras
formas de se pensar ou viver.
O
conhecimento liberta?
Nossa...e
como!
Quando
entendemos as razões pelas quais nos movimentamos, além de seguirmos com mais
segurança e confiança, ainda fazemos com maior alegria.
Se permita
pensar em outras formas e meios.
E acima de
tudo, liberte-se!
Abraços,
Sandra
Bhering
Revisão de
Texto: Volfrâmio Almeida
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